Em uma decisão que escancarou a submissão de parte da bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados ao Palácio do Planalto, apenas dois parlamentares – Reginaldo Veras (PV) e Erika Kokay (PT) – ousaram desafiar os interesses locais para apoiar o governo federal em uma medida que ameaçava os recursos essenciais destinados à capital do país.
Enquanto outros seis deputados federais do DF votaram pelo relatório que preservou o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), Veras e Kokay seguiram na contramão, apoiando uma proposta que colocaria em risco aproximadamente R$ 800 milhões anuais destinados à segurança pública, saúde e educação do DF. A manutenção do fundo como está foi essencial para evitar um colapso financeiro nos serviços essenciais da capital.
A proposta defendida pelo governo previa a substituição do atual critério de reajuste do fundo, vinculado à Receita Corrente Líquida (RCL), pelo índice de inflação (IPCA), uma mudança que, segundo especialistas, representaria uma perda significativa para o DF. Apesar disso, Veras e Kokay optaram por priorizar seus alinhamentos ideológicos ao governo federal, em detrimento das necessidades urgentes da população que os elegeu.
A decisão desses parlamentares gerou revolta entre brasilienses e levanta questionamentos sobre até onde vai a lealdade de certos deputados ao governo em detrimento dos interesses locais. “É um ato de vassalagem, uma traição ao DF”, afirmou um analista político que acompanha de perto os movimentos da bancada.
Para os eleitores, fica o alerta: o que deveria ser uma bancada unida em defesa do DF se revelou um palco de submissão. Enquanto a maioria optou por garantir os recursos necessários para a capital, Veras e Kokay expuseram suas prioridades – e elas não parecem incluir a população do Distrito Federal.