A invasão do Capitólio, marcada pela violência, destruição e mortes, deixou uma cicatriz na democracia norte-americana.
Em 6 de janeiro de 2021, ao se recusarem a aceitar a vitória de Joe Biden, milhares de apoiadores de Donald Trump marcharam até o Congresso e tentaram impedir a transição pacífica de poder. Esse ataque, carregado de ódio e teorias da conspiração sobre fraude eleitoral – nunca provadas – demonstrou o grau de radicalização que tomou parte do eleitorado republicano.
Com a recente eleição de Trump, há um contraste claro: os eleitores democratas, mesmo lamentando a derrota de Kamala Harris, não recorrem ao vandalismo nem ameaçam a estabilidade democrática. Ao contrário dos seguidores de Trump, eles não estão prontos para violar as instituições, mas sim para refletir sobre os próximos passos dentro das regras estabelecidas.
O comportamento pacífico dos democratas evidencia uma confiança nos processos eleitorais e uma disposição para reorganizar a resistência política sem colocar em risco o respeito ao Estado de Direito. Esse espírito é o que fortalece a democracia, afastando o cenário sombrio que a invasão do Capitólio, há três anos, simbolizou. A maturidade política e o compromisso com as normas democráticas refletem uma postura que deveria ser a regra, e não a exceção.