Mesmo após deixar o Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro segue sendo uma figura central no cenário político brasileiro. Seu legado, marcado pelo militarismo, autoritarismo, e uma política de rejeição ao politicamente correto, continua influenciando debates nacionais.
O discurso bolsonarista, que confronta abertamente os direitos humanos, defende o porte de armas e questiona o papel da ciência, não desapareceu com a troca de governo. Ao contrário, sua retórica ainda é reproduzida por uma parcela significativa da sociedade, que continua a enxergar nele um ícone de resistência ao que consideram uma “ditadura do politicamente correto”.
Tal como no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, que narra a persistência de feridas abertas da ditadura militar, o Brasil de Bolsonaro parece manter vivos os traumas de um passado autoritário.
Assim, mesmo em tempos de transição democrática, o fantasma de Bolsonaro – com sua agenda conservadora e seus elementos neofascistas – persiste. Ele está ainda aqui, nas redes sociais, nos discursos inflamados e no apoio contínuo de grupos que veem em sua figura um símbolo de luta contra o “sistema”.