Mesmo estando à disposição do Sindicato, Gutemberg recebe seu salário mensalmente pago pelos contribuintes
No 16º dia de greve, os médicos do Distrito Federal mantêm a paralisação, afetando diretamente o atendimento à população. A categoria, representada pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), continua com as atividades suspensas, reivindicando melhores condições de trabalho, mais investimentos no SUS, aumento salarial e a contratação de mais profissionais.
Apesar do impacto na saúde pública, o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, sustenta a continuidade da greve. Fialho, que também exerce a função de médico ginecologista e obstetra, além de médico do trabalho na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), possui uma remuneração significativa. Com duas matrículas no sistema de saúde pública, sua remuneração bruta totaliza R$ 46.659,97.
A distribuição dos vencimentos de Fialho é dividida da seguinte forma: ele recebe R$ 12.197,46 brutos pela matrícula de 20 horas como médico do trabalho, e R$ 34.462,51 brutos pela matrícula de 40 horas como ginecologista e obstetra.
A greve dos médicos foi declarada ilegal pela Justiça. A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios manteve, por unanimidade, a decisão monocrática que considerou a paralisação ilegal. Mesmo assim, o movimento prossegue, com a justificativa de que as demandas da categoria vão além do aumento salarial, incluindo melhores condições para o exercício da profissão e a necessidade de mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A greve gera debates sobre a remuneração dos médicos da rede pública, especialmente diante da insatisfação da população com os serviços prestados, que já são alvo de críticas há anos. O elevado salário do presidente do sindicato em contraste com a realidade enfrentada pelos usuários do SUS levanta questionamentos sobre as prioridades no setor.