Nos dias 20 e 21 de agosto, a Universidade de Brasília (UnB) se prepara para uma nova eleição que decidirá o comando da instituição para o período de 2024 a 2028. Com a eleição se aproximando, três chapas, todas compostas por mulheres com forte vínculo à esquerda política, competem pela reitoria e vice-reitoria da maior universidade do Distrito Federal, a quinta maior do país.
As principais candidatas que se destacam até o momento são Fátima Sousa (PSOL), enfermeira e professora da Faculdade de Ciências da Saúde; Rozana Naves (PT), professora do Instituto de Letras; e Olgamir Ferreira (PCdoB), atual decana de Extensão da UnB. Cada uma delas traz um histórico de engajamento político e acadêmico que ressoa fortemente com a tradição da UnB, uma instituição que sempre foi um bastião de resistência e inovação no cenário político e educacional brasileiro.
Fátima Sousa, com sua sólida formação em saúde pública, foi uma figura central na implementação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde durante o governo Itamar Franco, um feito que lhe rendeu reconhecimento nacional.
Rozana Naves, com sua experiência em linguística e administração universitária, já ocupou cargos de relevância dentro da UnB e busca agora levar sua visão de participação e transformação à reitoria.
Olgamir Ferreira, por sua vez, representa a continuidade da atual administração, com uma plataforma que promete avançar nas conquistas feitas durante sua gestão como decana.
O cenário eleitoral reflete a expansão da UnB, tanto em termos de infraestrutura quanto de influência política. A universidade, que hoje possui campi em Ceilândia, Gama e Planaltina, ampliou seu alcance e as demandas das comunidades acadêmicas e locais. A disputa pelo comando da UnB transcende os muros da instituição, impactando diretamente a vida política do Distrito Federal.
Historicamente, a UnB tem sido um celeiro de líderes políticos que migraram para cargos importantes no governo local, como Cristovam Buarque, ex-reitor que se tornou governador do DF, e Antônio Ibañez, que assumiu a Secretaria de Educação. A universidade, com seu vasto capital intelectual e histórico de resistência política, frequentemente se posiciona como um contraponto às políticas do Governo do Distrito Federal.
Neste contexto, a eleição para reitor e vice-reitor da UnB não é apenas uma escolha administrativa, mas uma decisão que poderá influenciar o futuro político e educacional da capital do país. Quem vencer, levará consigo a responsabilidade de manter a UnB como uma referência nacional em educação, pesquisa e engajamento social, sempre com o peso da tradição de esquerda que marca a instituição.
Na eleição para a gestão 2024/2028 da UnB, todas as candidaturas têm alinhamento com a esquerda, garantindo que a nova reitoria seguirá essa orientação, independentemente do resultado. Uma chapa de direita seria interessante para a democracia e para o equilíbrio de ideias na universidade.