Nos bastidores da política brasiliense, o Partido Liberal (PL) se vê diante de uma decisão que poderia redefinir seu futuro: abrir mão de mais de 2 mil cargos no governo em prol de uma arriscada aventura ao lado do senador Izalci Lucas, com vistas ao Palácio do Buriti.
O Partido Liberal, detentor de cargos importantes como as secretarias de Agricultura, de Atendimento à Comunidade, Emater, administrações de Samambaia, Águas Quentes, Sia, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil…, encontra-se diante de uma encruzilhada política com a recente filiação de Izalci.
A movimentação ganhou destaque com a recente filiação de Izalci ao PL, um passo ambicioso e aparentemente solitário do senador em busca de seu sonho pessoal de governar o Distrito Federal. Izalci, ex-PSDB, carrega consigo uma trajetória política marcada por altos e baixos, com uma persistente aspiração ao Palácio do Buriti, até então não concretizada devido a limitações de tamanho político e densidade eleitoral.
Desde sua incursão na vida política em 2002, quando se elegeu deputado distrital, Izalci tem buscado consolidar sua presença, mesmo enfrentando obstáculos como acusações e condenações judiciais, como a que o levou a cumprir pena em regime semiaberto de – 4 anos e 8 meses de prisão -, por desvio de equipamentos de informática doados pelo Tribunal de Contas da União para projetos sociais.
Sua escalada política o levou à Câmara dos Deputados e, posteriormente, ao Senado Federal em 2019, sempre amparado por coligações que ampliassem suas chances de eleição. No entanto, sua mais recente jogada, ingressando no PL sem um acordo prévio, coloca em xeque não apenas seu próprio futuro político, mas também o destino do partido que agora o acolhe.
O cenário para as eleições de 2026 começa a se desenhar, com a vice-governadora Celina Leão, alinhada ao clã Bolsonaro, posicionando-se como candidata ao governo do Distrito Federal. A escolha do vice tende a envolver o União Brasil ou o Republicanos, enquanto o PL poderia indicar um candidato ao Senado, possivelmente Michelle Bolsonaro, pois o MDB irá com Ibaneis Rocha. Em meio a essa movimentação, Izalci enfrenta a perspectiva até mesmo de uma difícil reeleição como deputado.
Será que a incerteza paira sobre os bastidores políticos da capital federal, enquanto o PL pondera sobre a possibilidade de abrir mão de sua influência no governo em busca de um objetivo ambicioso, mas cheio de riscos, ao lado de Izalci Lucas?