O Concurso Público Nacional Unificado, idealizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, surge como uma iniciativa inovadora na seleção de servidores públicos. A proposta de realizar um único concurso para diversos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, com provas simultâneas em todo o país, abre portas para a democratização do acesso ao serviço público e promete otimizar recursos e tempo.
No entanto, a amplitude do concurso, que abrangerá 220 cidades, levanta preocupações entre os candidatos. Kaline Brandão Dourado, 38 anos, do Rio Grande do Norte, que se inscreveu para o bloco temático 6 – Setores Econômicos e Regulação, reconhece as vantagens do novo modelo, mas teme por fraudes.
“A iniciativa de democratizar o acesso é louvável, mas me preocupa a fiscalização em um concurso de tamanha magnitude. As fraudes em concursos locais são frequentes, e a logística de um evento nacional exige atenção redobrada”, alerta Kaline.
Leonardo França Aquino, 31 anos, do Ceará, que disputará o bloco temático 5 – Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, também expressa receio. Em 2019, ele vivenciou a fraude em um concurso para a sua cidade, experiência que o deixa apreensivo.
“Lembro do concurso de 2019, com 32 vagas, do concurso realizado pela empresa de Consultoria e Estudos Pedagógicos CONSEP , do qual participei, completamente fraudado, com envolvimento de políticos e da banca organizadora. Apesar de ter me inscrito no concurso unificado, tenho receio de que algo similar possa acontecer”, relata França.
As preocupações dos candidatos são legítimas e exigem medidas concretas por parte do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que não quis se pronunciar sobre as preocupações do candidatos ao S&DS. A implementação de um sistema de fiscalização robusto e transparente é crucial para garantir a lisura do processo e evitar que fraudes manchem a credibilidade do concurso.