Atlas da Violência 2023: Queda nos Homicídios em Seis Estados e DF, Mas Desafios Permanecem
O mais recente Atlas da Violência revelou quedas significativas nos índices de homicídios em 12 das 27 unidades federativas do Brasil entre 2016 e 2021. Em estados como Acre, Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Sergipe, a redução foi superior a 40%, apontando para melhorias na segurança. No entanto, a análise específica entre 2020 e 2021 mostrou quedas robustas em alguns locais, como Acre (33,5%), Sergipe (20,3%) e Goiás (18%), contrastando com aumentos no Amazonas (34,9%), Amapá (17,1%) e Rondônia (16,2%).
Além do cenário homicida, o Atlas da Violência abrange diversas violências contra segmentos específicos da população, incluindo mulheres, crianças, idosos, LGBTQIAP+, negros e indígenas.
Baseado em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), geridos pelo Ministério da Saúde, assim como mapeamentos demográficos do IBGE, a pesquisa mostra que, apesar da redução em comparação a anos anteriores, o número de homicídios em 2021 ainda supera os registros de 2019.
Embora a queda seja uma tendência nacional, a região Norte foi a exceção. Estados como Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram índices abaixo de 19,9 por 100 mil habitantes, contrastando com taxas mais elevadas no Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará e Bahia.
O Atlas destaca fatores que influenciaram essa dinâmica, incluindo o envelhecimento populacional e medidas qualificadas de segurança pública em alguns estados. Por exemplo, a Paraíba, que implementou o programa “Paraíba Unida pela Paz” em 2011, obteve reduções contínuas nos índices de homicídios, demonstrando a importância da continuidade das políticas públicas.
Entretanto, a análise aponta que a redução poderia ter sido mais expressiva, salientando a política armamentista adotada no governo anterior como um dos fatores que limitaram a diminuição dos homicídios.
Além da questão homicida, o Atlas ressalta preocupações com a letalidade policial e outras formas de violência, como agressões a crianças, adolescentes e idosos, além de apontar um crescimento do bullying no ambiente digital.
Embora haja melhorias em alguns indicadores, o relatório reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para conter a violência em suas múltiplas formas e proteger os diferentes segmentos da sociedade.
