Uma análise profunda da política de saúde por S&DS revelou que os homens têm recebido menos atenção do que as mulheres em questões relacionadas ao bem-estar, prevenção e tratamento de doenças. Embora avanços significativos tenham sido feitos para melhorar a saúde de ambos os gêneros, dados e estudos sugerem que a política de saúde voltada para os homens continua menos visível e, por vezes, negligenciada.
Desde a década de 1970, com o surgimento do movimento feminista e o foco crescente na igualdade de gênero, houve um grande progresso nas políticas de saúde voltadas para as mulheres. Investimentos e programas específicos foram implementados para melhorar a saúde materna, a prevenção do câncer de mama e do colo do útero, bem como a conscientização sobre questões relacionadas à saúde feminina.
Essas iniciativas resultaram em avanços significativos em diversas áreas da saúde da mulher. Por outro lado, a saúde masculina, apesar de igualmente importante, enfrenta uma série de desafios na esfera política. Entre as principais questões que contribuem para a invisibilidade da política de saúde para homens estão:
1. Estatísticas preocupantes: Homens têm maior probabilidade de enfrentar doenças como doenças cardíacas, câncer de próstata, diabetes e outras condições crônicas, levando a uma expectativa de vida mais curta em comparação com as mulheres. No entanto, a conscientização sobre essas questões de saúde não tem recebido a mesma prioridade nas políticas públicas.
2. Tabus e estigmas: Muitos homens são relutantes em buscar ajuda médica devido a estigmas culturais que associam a expressão de vulnerabilidade à fraqueza. Essa atitude dificulta a identificação precoce de problemas de saúde e a adesão a programas preventivos.
3. Falta de campanhas de conscientização: Embora a saúde masculina seja abordada em alguns contextos específicos, como a campanha do “Novembro Azul” para a conscientização sobre o câncer de próstata, essas iniciativas ainda são escassas e nem sempre abordam as diversas questões de saúde que afetam os homens.
4. Acesso limitado aos serviços de saúde masculina: Em muitas comunidades, a oferta de serviços de saúde voltados especificamente para os homens é insuficiente. Isso dificulta o engajamento masculino na prevenção e tratamento de doenças.
5. Foco excessivo na saúde reprodutiva feminina: Embora essencial, o foco desproporcional na saúde reprodutiva feminina pode levar a uma marginalização da saúde geral dos homens em políticas públicas e programas governamentais.
Em vista dessas questões, é crucial que a política de saúde seja revista para garantir uma abordagem mais inclusiva e igualitária, abrangendo as necessidades específicas tanto das mulheres quanto dos homens.
Isso requer a implementação de campanhas de conscientização abrangentes, investimentos em pesquisas sobre questões de saúde masculina e a criação de serviços acessíveis e adequados para atender às necessidades de todos. Apenas quando a saúde dos homens receber a mesma visibilidade e compromisso político que a das mulheres é que poderemos alcançar uma sociedade verdadeiramente saudável e equitativa para todos os gêneros.