Partidos de esquerda se empenham na aprovação de projeto que prevê revalidação automática de diplomas de graduação em Medicina
Na busca por facilitar a revalidação de diplomas de graduação em Medicina obtidos por brasileiros em países do Mercosul, o Partido dos Trabalhadores (PT) está mobilizando esforços dentro da Câmara dos Deputados. O projeto de lei em questão é o PL 1678/2022, que tem como objetivo estabelecer a revalidação automática desses diplomas, proporcionando aos profissionais formados no exterior a oportunidade de atuarem em território nacional.
De autoria do deputado Gutemberg Reis, do MDB do Rio de Janeiro, o projeto encontra-se atualmente sujeito à apreciação conclusiva pelas Comissões. Isso significa que, caso seja aprovado nessas instâncias, seguirá diretamente para votação em Plenário no segundo semestre, como quer o PT.
A iniciativa do PT em buscar apoio parlamentar para a aprovação desse projeto é motivada pela necessidade de suprir a demanda crescente por profissionais médicos qualificados no país. Além disso, a proposta visa promover uma maior integração entre os países do Mercosul, reconhecendo a validade dos diplomas de graduação em Medicina obtidos nessa região.
Com a revalidação automática, os brasileiros que cursaram Medicina em países do Mercosul terão um processo mais ágil e simplificado para exercer sua profissão no Brasil. Essa medida não apenas beneficiará os profissionais formados no exterior, mas também contribuirá para a ampliação do acesso à saúde da população, principalmente em regiões que enfrentam carência de médicos.
O portal S&DS ouviu o médico Allan Duailibe Barros integrante da chapa 1 do CRM-DF.
“Quem faz enfermagem por vocação não quer ser médico, e quem faz medicina por vocação não quer ser enfermeiro. Daqui a pouco, eu vou querer ser advogado ou engenheiro mecatrônico. Isso vai gerar o caos nas profissões”, ressaltou Duailibe.
Os partidos de esquerda estão empenhados em articular apoios dentro das Comissões da Câmara dos Deputados, buscando convencer os demais parlamentares da importância dessa iniciativa. Acreditam que a revalidação automática dos diplomas de graduação em Medicina é um passo fundamental para fortalecer o sistema de saúde do país, levando em consideração as necessidades emergenciais da população.
Contudo, é importante ressaltar que o projeto ainda enfrentará debates e possíveis ajustes durante sua tramitação nas Comissões. É esperado que diferentes visões e interesses sejam colocados em pauta, o que exigirá um amplo diálogo entre os parlamentares para alcançar um consenso favorável à aprovação.
A expectativa é que, com o esforço e a articulação dos partidos de esquerda, o PL 1678/2022 avance nas etapas de apreciação parlamentar e seja aprovado no Plenário.
“Caso isso ocorra, representará um importante avanço na área da saúde, promovendo a valorização dos profissionais médicos formados no exterior e contribuindo para suprir a carência de médicos em todo o país” afirmou Luiz Carlos representante dos médicos brasileiros com registro no exterior.
A sociedade aguarda com expectativa os desdobramentos desse projeto, esperando que a revalidação automática dos diplomas de graduação em Medicina traga benefícios tanto para os profissionais quanto para a população brasileira em busca de um atendimento médico mais abrangente e qualificado.
O médico chefe da unidade de pneumologia do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), preceptor e supervisor do programa de residência médica em pneumologia na mesma unidade, Paulo Feitosa, se posicionou totalmente contra a medida.
“Nós já vivemos uma grande crise de preparação inadequada de médicos, em decorrência de abertura de um grande número de faculdades privadas, caras e sem condições de existir, no Brasil. Abrir espaço para médicos que fazem seus cursos no exterior, sem nenhuma possibilidade de ensinar o básico, é colocar a população brasileira em risco de uma total desassistência técnica. Uma ideia absurda. Uma ideia de quem não conhecem as faculdades de medicina dos países vizinhos ao Brasil. O Revalida defende a população. A ideia é eleitoreira e irresponsável”, finalizou Feitosa.