Brasília, 23 de setembro de 2010
Prezados Profissionais de Enfermagem,
A cada quatro anos temos o direito e o dever de eleger nossos representantes no Poder Legislativo federal, estadual e distrital e no Poder Executivo brasileiro. No dia 03 de outubro de 2010, quando novamente seremos chamados a exercer nossa cidadania, mais uma vez teremos essa oportunidade.
Portanto, é chegada a hora de refletir sobre quem escolheremos para estar à frente das decisões do Brasil nos próximos anos. Em nosso caso, como profissionais e/ou estudantes da Enfermagem, devemos atentar para aqueles candidatos comprometidos com as lutas e com os interesses da categoria, em prol da qualidade da assistência da saúde e da dignidade dos que a compõem.
No Distrito Federal, infelizmente, ainda não temos nenhum representante distrital ou federal. O fato não se restringe ao DF, mas se amplia por todo o Brasil, onde somamos mais de 1,4 milhões de profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Para entender o quão séria é esta realidade, vamos à análise do panorama de profissionais da saúde que integram as diversas esferas do Legislativo:
– Dos 24 deputados distritais e representantes eleitos para o último pleito, nenhum é profissional de enfermagem.
– Na Câmara Federal, dos 514 deputados federais eleitos, 70 deputados são da área de saúde, porém nenhum é profissional de enfermagem: 54 são médicos e os outros 16 são de outras profissões regulamentadas, como Odoontologia, Psicologia etc.
– No Senado Federal, temos 81 senadores da República eleitos, dos quais 4 (quatro) são médicos e 1 (hum) psicólogo. No entanto, nenhum profissional de enfermagem.
Diante de tal falta de representatividade, como podemos então aprovar projetos de lei cujas matérias defendem interesses de toda a Enfermagem brasileira? O resultado disso estamos sentindo há mais de dez anos, quando foi criado o PL 2295, que instuitui a jornada de 30 horas semanais para todos os níveis da categoria. Desde então a sua tramitação seguiu a passos lentos, sob o risco de não ser aprovada. E só evoluiu muito, dentro do período de um ano, graças às entidades representativas da enfermagem, que se uniram em mobilizações no Congresso Nacional.
Além das 30 horas, tramita na Câmara de Deputados o PL 4924/ 09, que institui o nosso piso salarial. Quem poderá defendê-lo junto aos demais parlamentares? E os outros projetos de lei do nosso interesse?
Por esta razão, conclamo a todos vocês para que mostremos a força da Enfermagem brasiliense, que hoje soma 27 mil profissionais inscritos no Coren-DF, a eleger nossos representantes no próximo dia 03 de outubro, quando muitos dos nossos colegas disputarão uma vaga no Legislativo distrital.
Assim, como presidente do Coren-DF, profissional da enfermagem brasiliense e cidadã brasileira, reforço o convite e alerto para escolhermos candidatos experientes, que vistam a camisa da enfermagem, acima de qualquer interesse pessoal ou particular, e que realmente tenham compromisso e comprometimento com a categoria. E mais: que estejam dispostos a lutar em prol da profissão, ocupando os níveis de representatividade que tanto ansiamos, para conseguirmos o apoio e encaminhamento nas decisões que são de interesse de nossa classe; que conheçam nossas especificidades e nossas necessidades; e possuam uma plataforma política sólida e segura.
Conto com vocês e vamos à luta!
Atenciosamente,
Eloiza Sales Correia
Presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal