Por enquanto, é só devaneio de bastidor, conversa solta entre corredores e rodas de café político, mas o enredo já existe – e tem até trilha sonora. “O que sai de mim vem do prazer / De querer sentir o que eu não posso ter”, diz o verso da canção Sonho de Ícaro, que batiza este cenário ainda distante da realidade, mas que fez um pequeno ruído apenas no Congresso do PSB-DF realizado no último fim de semana.
Segundo relatos, mulheres do PSB Mulher confidenciaram, entre sorrisos e um quê de entusiasmo, a ideia de uma chapa “puro sangue” socialista para 2026: Ricardo Cappelli para governador e a deputada distrital Dayse Amarilio como vice. Ambos filiados ao PSB-DF e presentes no encontro que reuniu cerca de 300 pessoas, incluindo a senadora Leila [PDT] e o ex-governador Rodrigo Rollemberg uma das vozes influentes e dono da legenda.
Embora a pré-candidatura do “paraquedista” Cappelli – como é chamado por setores da esquerda local – tenha sido reforçada durante o evento, a composição com Dayse Amarilio ainda não passa de especulação e desejo de bastidores. A própria articulação política com outras forças da esquerda do DF, como PT, PSOL, PCdoB e PDT, sequer começou de forma estruturada, estão perdidos no espaço.
Cappelli, que já foi secretário nacional de Segurança Pública e interventor federal na segurança do DF durante os atos de 8 de janeiro, tenta se firmar como nome competitivo. Já Dayse Amarilio, com atuação forte na pauta da saúde, tem base consolidada no funcionalismo público e nos movimentos sociais, situações que não agregaria capilaridade à possível chapa.
Mas, por enquanto, tudo isso é apenas o Sonho de Ícaro do PSB local. Aquele tipo de voo ousado que, se mal calculado, pode terminar com as asas derretidas pelo sol quente da política brasiliense como em (2018), quando Ibaneis Rocha [MDB], sem mandato algum, novato na político, derrotou Rodrigo Rollemberg; sendo reeleito para mais um mandado contra Leandro Grass [PV] em (2022), e, agora segue para o Senado Federal em (2026).
