

Uma mulher da cidade de Yonkers, nos Estados Unidos, está processando dois laboratórios após abortar sua filha com base em um resultado de teste de paternidade que, mais tarde, se revelou incorreto. A revelação tardia de que o suposto pai não era o verdadeiro gerou um trauma irreparável.
A mulher de 28 anos, assistente administrativa, engravidou no ano passado após reatar com o noivo, com quem tentava ter um filho há algum tempo. Durante uma breve separação do casal, ela manteve relações sexuais com outro homem, usando preservativo, segundo relatado no processo. Com a gestação confirmada, ela estava confiante de que o noivo era o pai. Mesmo assim, decidiu confirmar por meio de um teste de paternidade discreto com o outro homem, para evitar dúvidas futuras.

Os dois primeiros testes foram inconclusivos e custaram mais de mil dólares. Então, ela e o parceiro temporário recorreram ao DNA Diagnostics Center, um laboratório com sede em Ohio que se autoproclama líder mundial em testes genéticos. A coleta foi feita no Winn Health Labs, no Bronx, Nova York, instalado nos fundos de um salão de cabeleireiro.

Confiando que o resultado provaria que o outro homem não era o pai, ela chegou a organizar uma festa de revelação do sexo do bebê com seu noivo. No entanto, no dia 31 de outubro, o laboratório a informou que havia “99,99% de certeza” de que o parceiro ocasional era o pai da criança.
Desolada, e já com quase 20 semanas de gestação, ela revelou a situação ao noivo, que ficou arrasado. A decisão de interromper a gravidez foi tomada antes do limite legal de 24 semanas no estado de Nova York. Durante o procedimento, que durou dois dias, ela tentou voltar atrás, mas já era tarde demais.
“Minha filha teria nascido em 17 de abril”, disse ela, emocionada, ao New York Post. “Estou de luto. Aqueles resultados foram a razão pela qual decidi fazer o que fiz.”
O golpe final veio meses depois. No Dia dos Namorados, o laboratório entrou em contato para informar que o resultado estava errado e que o erro foi causado por uma falha de tecnologia da informação [TI]. O verdadeiro pai da criança era, de fato, o noivo.
“Por que demoraram quatro meses para avisar, sabendo que as pessoas tomam decisões de vida com base nesses testes?”, questionou o advogado da mulher, Craig Phemister.
O casal tentou continuar junto, mas acabou se separando em março, incapaz de lidar com o trauma e a dor da perda.
O DNA Diagnostics Center, em nota, lamentou o ocorrido e garantiu que leva “muito a sério a confiança depositada pelos clientes”. Já o Winn Health Labs não respondeu aos pedidos de comentário da imprensa.
A mulher agora está em terapia e busca responsabilizar os envolvidos judicialmente. “Quantas outras pessoas podem ter passado por isso sem saber?”, questiona.