Por Redação S&DS
Não é exagero dizer que, se alguma desgraça tiver que acontecer, é no Rio de Janeiro que ela acontece primeiro. E não queira estar presente. No mesmo fim de semana, três histórias marcaram com dor e indignação a crônica da violência fluminense, que já não poupa mais ninguém — nem turistas, nem moradores, nem trabalhadores honestos, ninguém que esteja contido em suas entranhas.
No sábado [6], uma juíza federal, Tula Mello, viveu o pesadelo que tantas vezes sentenciou nos autos. Ela viu o marido, João Pedro, também policial federal, ser executado diante de seus olhos numa falsa blitz montada por criminosos fortemente armados na Avenida Brasil. O casal havia acabado de sair do Aeroporto Internacional do Galeão e seguia rumo à Região dos Lagos para um fim de semana de descanso. O policial tentou proteger a esposa e foi morto com um tiro na cabeça. “Ele deu a vida para me salvar”, disse a juíza ao Fantástico, em um relato de partir o coração.
No dia seguinte, Vinícius Dias foi vítima da brutalidade carioca. Segundo sua esposa, Poliana Ribeiro, Dias reagiu a um assalto por medo de que o criminoso atirasse em sua família. Foi baleado e, até o fechamento desta matéria, seu estado de saúde era considerado gravíssimo. A família, que estava de férias no Rio, agora vive uma tragédia anunciada — mais uma.
Ainda no domingo, no bairro da Taquara, Zona Oeste da cidade, o feirante Pedro Henrique Morato Dantas, 20 anos, foi morto com um tiro disparado pelo policial militar, Fernando Ribeiro Baraúna, de 39 anos. A família afirma que ele apenas montava a barraca onde trabalhava quando foi abordado. A versão da PM é de que houve um “confronto”, mas vizinhos e testemunhas negam e dizem que o rapaz não portava arma.
O Rio de Janeiro já foi sinônimo de beleza, cultura e turismo. Hoje, acumula manchetes com mortes, medo e um estado paralelo que parece governar com mais força do que o poder público, ou, em conjunto com ele. O carioca comum vive em estado de alerta constante. O visitante vive com medo de virar estatística. E o trabalhador? Esse, sobrevive. Quando consegue.
O que mais precisa acontecer para que o Estado reaja? Até quando a banalização da violência será a regra? Por enquanto, uma certeza permanece: se alguma tragédia tiver que acontecer neste país, ela começa pelo Rio. E, sinceramente, é melhor não estar por perto. #S&DS #emdefesadasaude