Profissionais relatam atrasos salariais, rescisões não pagas e desabastecimento de materiais básicos em unidades de saúde do município
VALPARAÍSO DE GOIÁS – A rede pública de saúde de Valparaíso de Goiás, cidade da região metropolitana do Distrito Federal, enfrenta um colapso após uma onda de demissões em massa, atrasos nos pagamentos e falta crônica de insumos médicos. Relatos de servidores ouvidos pelo S&DS apontam que postos de saúde estão operando com equipes reduzidas à metade, prejudicando o atendimento à população com grave risco de mortes.
O cenário crítico teria se agravado após a posse do prefeito Marcus Vinicius [MDB], em 2021. Um ex-enfermeiro da rede municipal, que pediu anonimato por medo de retaliações, afirmou que os salários atrasaram repetidamente desde julho de 2023, quando os contratos foram migrados para o regime CLT.
“O 13º só veio em fevereiro. E, no fim do mês passado, demitiram quase todos os enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e até recepcionistas. No posto onde eu trabalhava, só sobraram dois técnicos, um médico e uma dentista”, relatou.
Rescisões não pagas e falta de materiais básicos
Além das demissões, funcionários afirmam que a prefeitura não quitou as rescisões. “Fui demitido no final de fevereiro e até agora nada. Enquanto isso, o prefeito só posta foto em evento”, disse o ex-enfermeiro.
A escassez de insumos também é crítica. Pacientes dependentes de materiais como sondas, fraldas geriátricas e leite especial estariam há mais de dois meses sem receber os itens. “Não temos nem luvas para procedimentos básicos”, desabafou uma técnica de enfermagem.
Prefeitura não se manifesta
Questionada sobre as demissões, os atrasos nos pagamentos e a falta de insumos, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás não respondeu aos questionamentos do S&DS.
Com a redução drástica de profissionais e a falta de recursos, moradores temem o agravamento da crise sanitária em um município que já enfrenta históricos problemas na saúde pública.
Falta de transparência
A ausência de esclarecimentos oficiais aumenta a desconfiança entre servidores e a população. Enquanto isso, pacientes seguem sem atendimento adequado e funcionários aguardam soluções para os salários e direitos pendentes.
