O ex-presidente Jair Bolsonaro [PL] reuniu uma multidão na orla da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo [16], em um ato que cobrou anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Durante o discurso, Bolsonaro citou nominalmente algumas mulheres presas e classificou os julgamentos como injustos, apontando supostas ilegalidades nos processos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal [STF].
– Jair Bolsonaro.
– Copacabana/RJ.
– Domingo, 16/mar, 11h. pic.twitter.com/iXUXKAmAIg— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 16, 2025
A manifestação ocorreu dias após o STF condenar mais 63 pessoas, elevando para 480 o total de penas aplicadas aos envolvidos nos atos antidemocráticos. “Jamais imaginaria que precisaria pedir a libertação de inocentes no Brasil”, declarou o ex-presidente, que iniciou seu pronunciamento por volta das 11h40. Ele também afirmou que não deixará o país e criticou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva [PT], além de questionar a nova denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele.
Bolsonaro acusou Moraes de conduzir inquéritos de forma sigilosa e relembrou episódios da campanha eleitoral de 2022, quando, segundo ele, tornou-se alvo de perseguição do Tribunal Superior Eleitoral [TSE].
Políticos de peso no palanque
A mobilização contou com a presença de diversos aliados de Bolsonaro, incluindo governadores, senadores e deputados. No trio elétrico ao lado do ex-presidente estavam os governadores Cláudio Castro [PL-RJ], Tarcísio de Freitas [Republicanos-SP], Jorginho Mello [PL-SC] e Mauro Mendes [União-MT], além do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Entre os senadores que participaram do evento estavam Flávio Bolsonaro [PL-RJ], Magno Malta [PL-ES], Carlos Portinho [PL-RJ], Rogério Marinho [PL-RN], Izalci Lucas [PSDB-DF], Wilder Morais [PL-GO], Wellington Fagundes [PL-MT] e Cleitinho [Republicanos-MG].
Vários deputados federais também marcaram presença, entre eles Nikolas Ferreira, Altineu Côrtes, Sóstenes Cavalcante, Zucco, Hélio Negão, Rodrigo Valadares, Carlos Jordy, Rodolfo Nogueira, Evair de Melo, João Roma, André Fernandes, Eduardo Pazuello, Mário Frias, Felipe Barros, Alexandre Ramagem e Osmar Terra. O vereador Carlos Bolsonaro [PL-RJ], prefeitos e deputados estaduais também participaram do evento.
O ato reforça a mobilização da base bolsonarista contra as decisões do STF e alegações de perseguição política, mantendo viva a agenda do ex-presidente mesmo fora do Palácio do Planalto.
Declaração do Gabinete do Presidente Jair Bolsonaro
A decisão de hoje de Alexandre de Moraes de negar o pedido do Presidente Jair Bolsonaro para comparecer à histórica posse do Presidente @realDonaldTrump é uma grave decepção — não apenas para o Presidente Bolsonaro, mas para os milhões de brasileiros que ele representa e para a duradoura amizade entre o Brasil e os Estados Unidos.
– O convite do Presidente Trump a Bolsonaro simboliza os profundos laços entre duas das maiores democracias das Américas. A decisão de impedir Bolsonaro de participar deste evento tão importante diminui a posição do Brasil no cenário global e envia uma mensagem preocupante sobre o estado da democracia e da justiça em nosso país.
– Essa decisão é mais um exemplo do contínuo uso de “lawfare” (ativismo judicial) contra Bolsonaro — o uso sistemático da justiça para neutralizá-lo como adversário político nos tribunais, para não enfrentá-lo nas urnas. Essas ações não têm a ver com justiça ou com a prevenção de risco de fuga. Elas têm a ver com medo: medo da popularidade de Bolsonaro, que lidera as pesquisas para as eleições de 2026; medo de seu amplo apoio entre brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país; e medo do que ele representa.
– As justificativas apresentadas para esta decisão carecem de qualquer fundamento legal ou lógico. Bolsonaro cumpriu todas as ordens judiciais desde que seu passaporte foi confiscado há quase um ano. Ele compareceu à posse do Presidente Javier Milei na Argentina em dezembro de 2023 com permissão de Alexandre de Moraes e retornou ao Brasil como prometido, provando mais uma vez que não representa risco de fuga. Apesar disso, continua-se a esticar os limites da lógica jurídica para restringir seus direitos, negando a milhões de brasileiros a chance de ver seu principal candidato à presidência representado internacionalmente. – O governo Lula claramente aprendeu com os erros nos Estados Unidos, onde o sistema de justiça foi instrumentalizado para ganhos políticos: mas lá eles não agiram rápido o suficiente para destruir seu oponente político, Donald Trump, e ele superou esse ativismo judicial. Eu também superarei.
– Esta decisão também representa uma oportunidade perdida de fortalecer a relação entre os Estados Unidos e o Brasil em um momento crítico. O Presidente Trump enfatizou a unidade global contra o “lawfare” e governos instrumentalizados para atacar opositores políticos, convidando líderes de todo o mundo para sua posse. Impedir Bolsonaro de comparecer enfraquece os laços diplomáticos e econômicos entre nossos países e afasta ainda mais o Brasil de um alinhamento com o mundo livre.
– Isso não é sobre um homem ou uma decisão; não é sobre direita ou esquerda, é sobre o futuro da democracia no Brasil. Se o sistema de justiça pode tirar os direitos de um ex-presidente que representa milhões de brasileiros, ele pode fazer o mesmo com qualquer um. O povo brasileiro merece algo melhor do que decisões que minam os próprios princípios de justiça e democracia que se pretende defender.
– A luta pela democracia, liberdade e pelo direito do povo brasileiro de escolher seus líderes continuará. “Lawfare” não prevalecerá.