
O GDF avalia que alguns administradores regionais já estão desgastados no cargo e precisam demonstrar resultados concretos para evitar substituições
O Governo do Distrito Federal [GDF] intensificou a cobrança sobre deputados distritais e seus administradores regionais após os resultados de uma pesquisa interna indicarem falhas na condução das cidades.
O levantamento, encomendado pelo Palácio do Buriti para avaliar a percepção da população sobre os serviços públicos e a gestão local, revelou descontentamento em diversas regiões, com queixas sobre demora na solução de problemas urbanos, falta de comunicação com a comunidade e a ausência de uma presença mais ativa do governo nas demandas locais.
Os resultados acenderam um alerta no gabinete do governador Ibaneis Rocha [MDB], que considera essencial fortalecer a imagem da gestão nas administrações regionais. Fontes ligadas ao Executivo afirmam que o governador cobrou diretamente os padrinhos políticos dos administradores – majoritariamente deputados distritais – exigindo mudanças rápidas na postura e na eficiência das administrações. O recado foi claro: ou os gestores regionais demonstram mais trabalho e articulação com a população, ou serão substituídos.
Pressão política e emendas parlamentares como solução
Diante do alerta do Buriti, os distritais foram orientados a reforçar os investimentos nas regiões que apadrinham, direcionando emendas parlamentares para obras e serviços que possam impactar positivamente a população e melhorar a percepção da gestão. O governo quer que as cidades sintam de forma mais concreta a presença do GDF, com melhorias visíveis em infraestrutura, mobilidade, limpeza urbana e segurança.
Nos bastidores, algumas administrações são apontadas como inoperantes, com gestores que não conseguem responder às demandas comunitárias com agilidade e eficiência. O desgaste é maior em regiões onde há forte pressão popular por soluções urgentes, como tapa-buracos, iluminação pública, limpeza de espaços públicos e jardinamento.
Trocas não estão descartadas
Embora a prioridade seja ajustar o desempenho dos atuais administradores, interlocutores do governo afirmam que substituições não estão descartadas como já ocorreu semana passada. O governador Ibaneis Rocha já demonstrou, em outros momentos, que não hesita em fazer mudanças quando considera necessário para preservar a imagem da gestão.
A estratégia do Buriti também inclui aumentar a fiscalização sobre o trabalho dos administradores, com acompanhamento mais próximo das ações realizadas e da resposta às demandas da população. Em ano pré-eleitoral, o governo sabe que a percepção sobre os serviços locais terá impacto direto na avaliação geral da gestão.
Com a pressão aumentando, a próxima etapa será acompanhar se os administradores conseguirão reverter a insatisfação popular e entregar resultados concretos nos próximos meses.