O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter que responder na Justiça por declarações feitas no documentário da GloboNews “8/1: A Democracia Resiste”, em que afirmou: “Não tem outra coisa a fazer se não prender esse governador [Ibaneis Rocha]”.
A fala, que repercutiu fortemente à época, agora se choca com a decisão da Procuradoria-Geral da República [PGR], que pediu ao Supremo Tribunal Federal [STF] o arquivamento do inquérito contra Ibaneis, por não encontrar indícios de omissão ou conivência com os atos do 8 de janeiro de 2023.
O parecer da PGR, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, baseia-se na investigação da Polícia Federal [PF], que analisou celulares, computadores e registros de comunicação do governador. Segundo o documento, as provas colhidas indicam que Ibaneis Rocha repudiou os ataques, solicitou apoio da Força Nacional e tomou providências para conter as invasões. Não foram encontrados indícios de que o governador tenha apagado mensagens ou se omitido.
Ibaneis disse que aguarda “a manifestação do ministro Alexandre de Moraes“. Com isso, a declaração de Lula contra o governador ganha um novo peso jurídico. Ibaneis pode agora processar o presidente por calúnia ou difamação, já que foi publicamente acusado antes mesmo da conclusão das investigações.
A decisão final sobre o arquivamento do inquérito ainda depende do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Mas, diante da manifestação da PGR, a fala de Lula pode se tornar um problema ainda maior para o Planalto.