
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva [PT] tem apostado em medidas econômicas voltadas à população de baixa renda para tentar melhorar sua popularidade. Entre as iniciativas, está o programa “Gás pra Todos“, que prevê a distribuição gratuita de gás de cozinha para famílias de baixa renda. No entanto, a abrangência da proposta ainda não está clara.
Além do programa, o governo também trabalha na isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e na ampliação do crédito consignado em bancos privados. As duas medidas estão em fase final de elaboração e podem ser enviadas ao Congresso antes do Carnaval.
Como funcionará o “Gás pra Todos”?
A ideia do programa, que está sendo estruturado pelo Ministério da Fazenda, é substituir o atual Auxílio-Gás, que cobre metade do valor do botijão a cada dois meses. No novo modelo, as famílias receberiam um voucher para trocar pelo botijão gratuitamente. As distribuidoras seriam compensadas pelo governo por meio de subsídios.
O governo estima que o programa possa atender 5,5 milhões de famílias, número significativamente menor do que os 22 milhões anunciados por Lula em um evento em Macapá. A diferença gerou surpresa entre integrantes da equipe econômica, que avaliam que o presidente pode ter se confundido ou expressado uma meta mais ambiciosa.
Em novembro de 2024, o Ministério de Minas e Energia havia indicado que o programa poderia alcançar até 20 milhões de famílias, mas com um modelo de financiamento baseado em fundos públicos, alternativa que foi vetada pela Fazenda. Para 2025, o Projeto de Lei Orçamentária Anual [PLOA] prevê R$ 600 milhões para o programa, montante considerado insuficiente para atender o número de famílias mencionado por Lula.
Impacto e desafios
As medidas econômicas anunciadas têm apelo popular, especialmente entre a parcela da população que recebe entre dois e cinco salários mínimos. No entanto, a viabilidade orçamentária e o alcance real do “Gás pra Todos” seguem como desafios para o governo.
O presidente Lula enfrenta um momento de queda na popularidade e busca fortalecer sua base entre os eleitores mais afetados pela crescente alta no custo de vida. Resta saber se essas iniciativas terão o impacto esperado ou se enfrentarão entraves no Congresso e no orçamento federal.