Faltam 601 dias para as eleições de 2026 no Brasil, o cenário político da Câmara Legislativa do Distrito Federal [CLDF] começa a se movimentar. Deputados distritais avaliam trocas de partido, seja por estratégia eleitoral, insatisfação interna ou necessidade de sobrevivência política.
O movimento, comum em anos eleitorais, vai ganhar força com a janela partidária, 7 de março e 5 de abril de 2026, que permite mudanças sem risco de perda do mandato.
Partidas e chegadas
A deputada Dayse Amarilio [PSB-DF], por exemplo, enfrenta dificuldades dentro de sua legenda. Crítica ferrenha do modelo de gestão do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF [IGESDF], criado no governo do ex-governador Rodrigo Rollemberg [PSB], a parlamentar vê resistência entre seus correligionários. A relação desgastada pode levá-la a buscar uma nova sigla mais alinhada com sua postura e base eleitoral, composta majoritariamente por profissionais da saúde.
Outro caso emblemático é o de Paula Belmonte [Cidadania], que sofre pressão interna para deixar o partido. O Cidadania, que esteve em processo de fusão com o PSDB em diversas esferas, não deseja manter a distrital em suas fileiras, sendo que a agremiação aceita sua saída a qualquer tempo, sem reivindicar o mandato, o que torna sua saída praticamente inevitável.
O MDB, que atualmente conta com seis cadeiras na CLDF: Daniel Donizet, Doutora Jane e Jaqueline Silva – estes não eleitos pelo partido -; Hermeto, Iolando e Wellington Luiz – eleitos pelo partido – , deverá sofrer uma redução. Três de seus integrantes não foram eleitos originalmente pela sigla, o que pode levar a mudanças internas e possíveis debandadas.
No Partido Liberal [PL], que possui três distritais: Joaquim Roriz Neto, Roosevelt e Thiago Manzoni, este último, já articula uma candidatura à Câmara dos Deputados, deixando uma vaga em aberto na disputa local.
Oposição e estabilidade
O Partido dos Trabalhadores [PT-DF] mantém três parlamentares: Chico Vigilante, Gabriel Magno e Ricardo Vale, historicamente, não costuma promover mudanças drásticas em sua composição.
O PSD, partido que mais cresceu nacionalmente, conta com dois representantes na CLDF: Jorge Vianna e Robério Negreiros, ao que tudo indica, manterá sua estrutura para a próxima eleição. Façam suas apostas!
No PSOL, um dos dois deputados distritais, Fábio Felix, já se apresenta como candidato à Câmara dos Deputados, o que pode reduzir a presença da legenda na CLDF, ficando apenas Max Maciel.
O PP vive incertezas, pois um de seus representantes – Pepa e Pastor Daniel de Castro avalia uma possível ‘saída pela direita’.
Já partidos com apenas um representante na Casa, como União Brasil, Eduardo Pedrosa; Avante, João Cardoso; Republicanos, Martins Machado e PRD com Rogério Morro da Cruz, terão que investir em articulações políticas e recursos financeiros para garantir a reeleição de seus parlamentares e, possivelmente, atrair novos quadros.
O impacto das eleições majoritárias
As mudanças no xadrez da CLDF não dependem apenas dos movimentos internos dos partidos e parlamentares. A definição dos candidatos às eleições majoritárias, especialmente para o Governo do Distrito Federal, deve influenciar diretamente a configuração das alianças locais. Com o prazo para mudanças partidárias se aproximando a cada dia, os próximos meses serão decisivos para os deputados que buscam a reeleição ou novas oportunidades de se manterem no poder.
Se hoje é 10 de fevereiro de 2025, as eleições estão logo ali.