Secretários de Saúde do DF: prisões, escândalos, polêmicas, enriquecimentos e decisões que abalaram o sistema negativamente

Veículos da Policia Civil e do Ministério Público durante operação na SES-DF investigando fraudes em contratos. Foto: S&DS
Ivan Rocha @ivanrocha

A gestão da Saúde no Distrito Federal tem sido marcada por sucessivas trocas de comando, escândalos e crises que colocaram em xeque a eficácia do sistema público. Desde a criação da Secretaria de Saúde, diversos secretários ocuparam o cargo, muitos deles envolvidos em polêmicas que resultaram em investigações, prisões e até acusações de enriquecimento ilícito.

Quem Já comandou a Saúde no DF?

Desde a criação da Secretaria de Saúde, o Distrito Federal teve uma longa lista de gestores. Confira a lista abaixo de quem já ocupou o cargo e os períodos de atuação.

Secretários de Saúde: 

(*será discorrido sobre a trajeto de cada um sobre pontos positivos e negativos)

2024 – Lucilene Florêncio

2023 – Lucilene Florêncio

2022 – General Pafiadache / Lucilene Florêncio

2021 – Osnei Okumoto/ Pafiadache

2020 – Osnei Okumoto / Francisco Araújo / Artur Felipe Siqueira

2019 – Osnei Okumoto

2018 – Humberto Fonseca

2017 – Humberto Fonseca

2016 – Humberto Fonseca

2015 – João Batista de Souza / Fabio Gondim

2014 – Elias Miziara / José Bonifácio Carreira Alvim

2013 – Rafael Barbosa

2012 – Rafael Barbosa

2011 – Rafael Barbosa

2010 – Fabíola de Aguiar Nunes

2009 –  Augusto Carvalho /  Joaquim Carlos da Silva Barros Neto

2008 – José Rubens Iglésias / Augusto Carvalho

2007 – José Geraldo Maciel

2006 – José Geraldo Maciel

2005 – Arnaldo Bernardino Alves

2004 – Arnaldo Bernardino Alves

2003 – Arnaldo Bernardino Alves

2002 – Jofran Frejat / Paulo Afonso Kalume Reis (abril de 2002 a 24 de julho de 2002 )

2001 – Jofran Frejat

2000 – Jofran Frejat

1999 – Jofran Frejat

1998 – ANTÔNIO LUIZ RAMALHO CAMPOS / Maninha

1997 – Maninha

1996 -JOÃO DE ABREU BRANCO JÚNIOR / Maninha

1995 – JOÃO DE ABREU BRANCO JÚNIOR

1994 – Jofran Frejat (2 meses) / PAULO AFONSO KALUME REIS

1993 – CARLOS SANT’ANNA

1992 – Jofran Frejat

1991 – Jofran Frejat

1990 – JOSÉ RICHELIEU DE ANDRADE FILHO / Hilton Barroso Mendonça Costa

1989 – Valteno Alves Ribeiro / MILTON MENEZES DA COSTA NETO

1988 – LAÉRCIO MOREIRA VALENÇA / Valteno Alves Ribeiro

1987 – LAÉRCIO MOREIRA VALENÇA

1986 – CARLOS EDUARDO VENTURELLI MISCONI / Alberto Henrique Barbosa

1985 – CARLOS EDUARDO VENTURELLI MISCONI / Tito de Andrade Figueroa / Celio Menicucci

1984 – Tito de Andrade Figueroa

1983 – Jofran Frejat / Tito de Andrade Figueroa

1982 – Jofran Frejat

1981 – Jofran Frejat (Ainda em 1979 foi nomeado secretário de Saúde do Distrito Federal, no governo de Aimé Lamaison (1979-1982), tornando-se também presidente do conselho deliberativo da Fundação Hospitalar do Distrito Federal e permanecendo nas duas funções até 1983. )

1974 – 1979 – Newton Muylaert de Azevedo
anos 70 – José Farani

1969 – 1974 – Álvaro José de Pinho Simões (secretário de saúde do DF)

1967-1969 – Wilson Elizeu Sesana (O médico Wilson Eliseu Sesana foi o primeiro a assumir a pasta de saúde, como secretário de Saúde do Distrito Federal, de 1967 a 1969, nomeado pelo então prefeito de Brasília, Wadjô da Costa Gomide (1967 a 1969) )

1964 – 1967 – Francisco Pinheiro Rocha (De maio de 1964 a abril de 1967 foi Secretário de Saúde e presidente da Fundação Hospitalar do DF )

1963 – Nadim Achcar (secretário geral de saúde do DF)
1961 – Angelo Dario Rizzi (secretário geral de assistência da prefeitura do DF)
1961 – Paulo Afonso Horta Novaes (secretário geral de assistência da prefeitura do DF)

Ernesto Silva – foi Fundador da Fundação Hospitalar de Brasília, membro efetivo do Conselho de Saúde de Brasília, presidente do Comitê de Cuidados Primários e Pediatria Comunitária da Sociedade Brasileira de Pediatria e Presidente da Aliança Francesa de Brasília.

1961 – Aristoteles Bayard Lucas de Lima
1961 – Paulo Gomes Braga
Jose Walter Mariano Dias

Trocas frequentes e instabilidade administrativa

Nos últimos anos, a alta rotatividade no comando da Secretaria de Saúde tem sido um dos principais fatores para a falta de continuidade nas políticas públicas. Secretários assumiram cargos em meio a crises hospitalares, greves de servidores e colapsos no atendimento de emergência. Essa instabilidade comprometeu a implantação de programas e a execução de projetos estruturantes.

Escândalos e prisões

Um dos episódios mais marcantes foi a operação policial que resultou na prisão de ex-secretários por suspeitas de fraudes em contratos emergenciais de aquisição de medicamentos e materiais hospitalares. Investigações apontaram superfaturamento e favorecimento a empresas, causando prejuízos milionários aos cofres públicos.

Além disso, houve casos de pagamentos irregulares de horas extras, falta de transparência na contratação de serviços terceirizados e a denúncia de descarte inadequado de materiais médicos, culminando em responsabilizações pelo Tribunal de Contas do DF.

Enriquecimento suspeito e patrimônios investigados

Relatórios de órgãos de controle revelaram patrimônios incompatíveis com os rendimentos de alguns ex-secretários, levantando suspeitas de enriquecimento ilícito. Imóveis de luxo, empresas em nome de familiares e movimentações bancárias atípicas foram investigados em operações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

Decisões controversas

Ao longo das gestões, diversas decisões administrativas foram duramente criticadas. Entre elas estão a terceirização de serviços essenciais, cortes em programas de prevenção e atrasos na entrega de obras como hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs). Essas medidas geraram protestos de servidores, reclamações de usuários do sistema e questionamentos na Justiça.

Impactos na população

Os efeitos dessas polêmicas refletiram diretamente na vida da população. Longas filas para exames, falta de medicamentos e equipamentos quebrados são problemas recorrentes que ilustram a precariedade do sistema. Além disso, as greves frequentes paralisaram atendimentos e agravaram ainda mais a situação.

A história da gestão da Saúde no DF revela um cenário de instabilidade, marcado por escândalos e controvérsias que comprometeram a qualidade dos serviços prestados. Com novos nomes assumindo o comando, fica o desafio de restaurar a confiança da população e garantir um sistema público eficiente e transparente.

Esta análise detalhada mostra que a gestão pública precisa ser acompanhada de perto pela sociedade e por órgãos fiscalizadores para evitar que erros se repitam.