Uma cena revoltante na zona sul de São Paulo ganhou destaque nacional: um policial militar jogou um entregador de 25 anos de uma ponte, resultando no afastamento de 13 PMs envolvidos na operação. Enquanto a vítima, identificada como Marcelo, tenta se recuperar do trauma, declarações polêmicas do senador Jorge Seif (PL-SC) inflamaram ainda mais os ânimos.
O episódio aconteceu na madrugada de segunda-feira (3/12), durante uma operação policial para dispersar um baile funk na Vila Clara. Imagens chocantes mostram um grupo de PMs abordando Marcelo, que não resistiu à abordagem. De forma abrupta, um dos policiais o levantou pelas pernas e o arremessou de uma altura de cerca de três metros, deixando-o ferido. Ele foi resgatado por moradores de rua e levado ao hospital.
Apesar da gravidade, Seif minimizou o caso em um pronunciamento feito nesta quarta-feira (4/12), chamando o entregador de “meliante” e defendendo a ação policial. “Tomar um banho no córrego é prêmio. Minha solidariedade e apoio incondicional aos PMs”, afirmou o senador, ecoando frases polêmicas que exaltam a violência policial.
As palavras do parlamentar geraram reações indignadas de representantes dos motoboys, familiares da vítima e setores da sociedade civil. Antônio Donizete do Amaral, pai de Marcelo, desabafou: “A polícia deveria proteger a população, não fazer isso. É inadmissível.”
Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego? Não foi do penhasco? Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo.…
— 🇧🇷 Jorge Seif Junior (@jorgeseifjunior) December 4, 2024
O motoboy Rogério Marinho, 41 anos, de São Paulo, expressou indignação com as declarações do senador Jorge Seif, classificando-o como “escória política que se esconde atrás do slogan falso de ‘Deus, Pátria e Família'”. Marinho anunciou que organizará uma motociata em protesto em frente à residência do parlamentar.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo investiga o caso, enquanto movimentos de entregadores prometem atos de repúdio às declarações do senador e exigem justiça para Marcelo.