Parlamentar questiona participação de Lula na procissão católica e cria controvérsia ao sugerir que Bolsonaro, conhecido por seu vínculo evangélico, também deveria ter o direito de carregar a imagem sacra.
A líder da minoria na Câmara, Bia Kicis (PL-DF), suscitou polêmica ao questionar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Círio de Nazaré, destacando um contraste com a proibição imposta a Jair Bolsonaro, seu aliado político, em 2022.
Ao enviar um ofício à Arquidiocese de Belém, Kicis apontou a discrepância no tratamento dado a Lula, que carregou a imagem de Nossa Senhora durante a romaria fluvial, em comparação com Bolsonaro, cuja permissão foi negada sob o argumento de que o evento deveria permanecer isento de conotações políticas.
Oficiei a Arquidiocese de Belém do Pará para explicar o tratamento díspar dado ao Lula e ao então Presidente @jairbolsonaro no círio fluvial de Nazaré. Afinal, a imagem pode ou não ser tocada pelo Presidente? pic.twitter.com/haCwuXsi5w
— Bia Kicis (@Biakicis) October 15, 2024
Apesar de se declarar católica, Bia Kicis levanta uma questão que parece contrariar os princípios religiosos de grande parte dos evangélicos, grupo ao qual Bolsonaro é fortemente associado, os quais historicamente rejeitam a veneração de imagens sacras. No entanto, a parlamentar insiste na defesa do direito de Bolsonaro participar mais ativamente da procissão, evocando a necessidade de critérios claros por parte da Igreja.
Esse movimento de Kicis, ao cobrar explicações da Arquidiocese, soa como uma tentativa de politizar a situação e questionar a autoridade católica, já que seu alinhamento com Bolsonaro – um protestante notório ou de fachada – parece revelar mais um oportunismo político do que uma preocupação genuína com a tradição religiosa.
A parlamentar insiste na criação de regras rígidas sobre quem pode manusear a imagem, alegando que apenas membros do clero deveriam ter essa permissão, mas o foco de sua crítica parece estar menos na manutenção da reverência religiosa e mais em alfinetar a permissividade com a figura de Lula.