Zelensky questiona interesse do Brasil em mediar acordo de paz na ONU: “Não terão poder às nossas custas”
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou dúvidas sobre o interesse genuíno do Brasil e da China em mediar um acordo de paz entre Kiev e Moscou. Em discurso nesta quarta-feira (25) na Assembleia Geral da ONU, Zelensky criticou as propostas de mediação apresentadas, afirmando que elas ignoram o sofrimento dos ucranianos e beneficiam o presidente russo, Vladimir Putin.
“Esses planos não só desconsideram nossos interesses, como também dão espaço político para Putin continuar a guerra”, declarou Zelensky. Ele foi incisivo ao afirmar: “Vocês não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia.”
Desde o início da guerra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido um papel de mediador internacional, chegando a propor um plano de paz próprio. A China, liderada por Xi Jinping, também busca um papel de destaque nas negociações e já apresentou uma proposta de acordo.
No entanto, Zelensky reiterou que não negociará enquanto Putin estiver no poder e defendeu o plano de paz ucraniano como a única solução viável. Em maio deste ano, em encontro com o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, o líder ucraniano reforçou que só aceita um cessar-fogo imediato e uma retirada russa.
Zelensky ainda acusou a Rússia de planejar ataques coordenados a usinas nucleares ucranianas e destacou que não aceitará uma “paz imposta”, rejeitando qualquer tentativa de repetição de práticas coloniais.
A Assembleia Geral da ONU, que reúne líderes de 193 países, teve início na terça-feira (24) e segue até o fim da semana. O presidente Lula discursou na abertura do evento, seguido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
*Tetiana Dolganova, nascida em Kiev durante a época da União Soviética, traz a essência ucraniana para nossas notícias globais. Formada em economia, ela une paixão pela comunicação e expertise em assuntos internacionais, trazendo insights valiosos para nossa equipe.