Uma rara condição genética causou uma alteração significativa na anatomia genital de uma jovem de 23 anos, desencadeando o fechamento gradual da abertura vaginal e o aumento do clitóris, levando à formação de um “micropênis“. Essa condição médica, conhecida como clitoromegalia, afeta o desenvolvimento dos órgãos genitais externos, causando mudanças físicas que podem impactar tanto a saúde física quanto mental.
A paciente apresentou clitoromegalia desde o nascimento, com um aumento progressivo do clitóris, que chegou a medir 4,5 cm por 1 cm, muito maior que a média. Aos 22 anos, ela procurou ajuda médica após notar também o estreitamento do orifício vaginal, agora coberto por uma pele semelhante a um escroto. Além disso, ela relatou um crescimento significativo de pelos faciais e uma puberdade tardia, tendo menstruado pela primeira vez somente no ano anterior.
A jovem foi diagnosticada com características sexuais secundárias típicas de homens, como pouco desenvolvimento mamário, além de uma estatura baixa (137 cm) e peso reduzido (41 kg). Embora seu útero e ovários estivessem normais, as características genitais refletiam a complexidade da condição.
Médicos do Hospital Shalinitai Meghe, na Índia, realizaram uma série de procedimentos cirúrgicos corretivos, conhecidos como genitoplastia feminilizadora. O tratamento incluiu uma clitoridoplastia, labioplastia e vaginoplastia, com o objetivo de restaurar a função e a aparência da genitália feminina. Após a cirurgia, a paciente relatou uma recuperação satisfatória tanto no aspecto estético quanto funcional, além de uma melhora significativa em sua autoestima e saúde mental.
A clitoromegalia, também chamada de macroclitóris, é uma condição rara, afetando cerca de uma em cada 100.000 mulheres. É geralmente causada por mutações genéticas que desequilibram a produção hormonal. Além dos desafios físicos, a condição pode gerar sérios impactos psicológicos, como baixa autoestima, ansiedade e dificuldades com a identidade de gênero. O isolamento social também é comum, principalmente em situações que envolvem a exposição corporal, como exames médicos ou atividades esportivas.
A cirurgia corretiva, como a realizada nesta paciente, pode trazer resultados significativos, tanto em termos de aparência quanto de função, ajudando a restaurar a qualidade de vida e a saúde mental de quem sofre dessa condição. Contudo, o tratamento requer um acompanhamento médico multidisciplinar, abordando tanto os aspectos físicos quanto psicológicos da clitoromegalia.