A intenção é provocar uma reflexão sobre a falta de proteção e prevenção para as mulheres e a urgência de mudanças estruturais que possam impedir a repetição desses eventos trágicos e não para o tema aborto.
A crescente onda de feminicídios no Distrito Federal revela uma triste realidade de violência de gênero que precisa ser urgentemente combatida. Este ano, já registramos 13 casos de feminicídio, cada um representando uma vida interrompida de forma brutal e injustificável. Esses crimes não são apenas números; são histórias de mulheres que tinham sonhos, famílias e futuros promissores, todos ceifados de maneira trágica.
Um dos casos mais recentes ocorreu na manhã de domingo, dia 25, na região do Itapoã, onde Daíra dos Santos Rodrigues, de 22 anos, foi morta a facadas. O principal suspeito, seu ex-companheiro Ian de Jesus Oliveira, de 26 anos, está foragido, aumentando a sensação de impunidade e medo entre a população.
Outro incidente chocante foi o atropelamento de três pessoas – a ex-namorada de Wallison Felipe de Oliveira, de 29 anos, sua mãe e sua filha – no Gama. Juliana Barboza Soares, de 34 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Anderson Cerqueira, de 45 anos, foi identificado como o autor do feminicídio de Rosimeire Campos, de 46 anos, encontrada morta pelo filho adolescente no dia 6.
Esses casos demonstram a fragilidade dos mecanismos de proteção e prevenção existentes. É inconcebível que mulheres ainda enfrentem diariamente o medo de serem vítimas de violência extrema por parte de pessoas próximas. A falta de respostas eficazes e a demora na prisão dos responsáveis perpetuam um ciclo de violência que poderia e deveria ser interrompido.
A sociedade e as autoridades precisam agir com determinação para prevenir futuros feminicídios. Isso inclui a implementação de políticas públicas mais robustas, o fortalecimento das redes de apoio às mulheres em situação de risco e a capacitação das forças de segurança para lidar de forma eficaz com esses casos. Além disso, é fundamental promover a educação e a conscientização sobre igualdade de gênero desde cedo, desmantelando a cultura de machismo e violência que ainda permeia nossa sociedade.
Os feminicidas deveriam ter sido abortados – ou seja, prevenidos e impedidos de cometer tais atrocidades. Cada vida perdida é um alerta para a necessidade de mudanças profundas em nossas estruturas sociais e institucionais. Não podemos mais aceitar que mulheres continuem sendo vítimas de violência tão extrema e desnecessária.
Aguardamos um posicionamento firme e ações concretas das autoridades competentes para que a justiça seja feita e para que possamos, juntos, construir um ambiente seguro e respeitoso para todas as mulheres. É hora de transformar a indignação em ação e garantir que nenhuma outra mulher sofra o mesmo destino trágico.