Diante da intensa fumaça que encobre Brasília neste domingo, as unidades de saúde precisam se preparar para um aumento significativo na demanda por atendimentos relacionados a problemas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos. A situação crítica, ocasionada pelos incêndios no interior de São Paulo e potencializada pelas condições climáticas adversas, exige uma resposta rápida e eficiente dos serviços de saúde.
A exposição prolongada à fumaça pode agravar condições pré-existentes, como asma e bronquite, e desencadear crises respiratórias em indivíduos mais vulneráveis. Crianças e idosos estão entre os mais afetados devido à menor capacidade pulmonar e ao sistema imunológico mais frágil. Especialistas recomendam que as unidades de saúde reforcem a disponibilidade de medicamentos, como broncodilatadores e corticoides, e que estejam preparadas para a realização de nebulizações e oxigenoterapia.
S&DS conversou com o médico Paulo Feitosa, chefe da Pneumologia do Hospital Regional da Asa Norte-Hran.
“Apesar de a fumaça ter vindo de muito longe e ter se diluído a mais no anormal, ela continua sendo prejudicial. A fumaça produzida localmente é ainda mais nociva, mas mesmo do jeito que chegou, é extremamente perigosa. Isso pode desencadear uma exacerbação em pessoas com doenças respiratórias crônicas. O aumento do monóxido de carbono (CO) eleva significativamente o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM). Não é recomendável fazer exercícios enquanto essa fumaça estiver presente,“ finalizou Feitosa.
Além disso, as autoridades de saúde pública devem intensificar a comunicação com a população, orientando sobre os cuidados necessários para minimizar os efeitos da fumaça, como evitar atividades físicas ao ar livre, manter-se hidratado e procurar ajuda médica ao primeiro sinal de dificuldade respiratória.
O alerta para a permanência da fumaça até a próxima quarta-feira exige que as equipes médicas se mantenham em estado de prontidão, com especial atenção à capacidade de atendimento nas unidades básicas de saúde e prontos-socorros. A integração entre as diferentes instâncias de saúde será crucial para garantir o atendimento adequado e reduzir os impactos desta crise ambiental na saúde da população.