Claudia Soares, 42 anos, formada em medicina em Minas Gerais, registrada no CFM como neurologista atende em Itumbiara, Goiás. Também é professora em duas universidades.
Soares foi presa nesta quarta-feira (24), em Itumbiara, segundo o delegado Ricardo Chueire, um dia após o sequestro da bebê no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
A bebê nasceu por volta das 20h, de cesárea. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), ela se identificou como pediatra, adentrou na maternidade e levou a bebê, que tinha nascido havia apenas três horas.
O pai, Édson Ferreira, contou como foi a abordagem da médica.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
Claudia saiu pela porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro, de acordo com a PMMG.
A psiquiatra Helena Ferreira Moura falou com o portal S&DS sobre as causas que poderiam levar a atitude da médica em roubar uma criança recém nascida do hospital.
“Não existe uma doença específica que faça uma mulher roubar um bebê,” afirmou Helena.
”O ato de sequestrar uma criança é um crime complexo e multifacetado, influenciado por uma combinação de fatores psicológicos, sociais e circunstanciais. Não se trata de uma doença mental única e identificável, mas sim de um comportamento que pode ter diversas causas, como:
Distúrbios mentais: em alguns casos, pessoas com transtornos mentais graves, como psicose ou transtorno bipolar, podem cometer atos impulsivos e delirantes, incluindo o sequestro de crianças.
Problemas emocionais não diagnosticados: Dificuldades em lidar com a infertilidade, perda de um filho ou outras questões emocionais profundas podem levar algumas pessoas a buscar uma criança para preencher um vazio emocional.
Necessidade de atenção: o sequestro pode ser uma forma de chamar a atenção, de buscar uma conexão ou de sentir-se poderosa.
Histórico de abuso: pessoas que sofreram abuso na infância podem ter dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis e podem buscar satisfazer suas necessidades emocionais de forma inadequada.
Outras motivações: existem outros fatores que podem influenciar o sequestro de crianças, como crenças religiosas distorcidas, vingança ou ganho financeiro.
‘É importante ressaltar que a maioria das pessoas que sequestram crianças não apresenta sinais externos de doença mental. Muitas vezes, elas parecem ser pessoas normais e bem-adaptadas’, finalizou Moura.