Ex-político denuncia interesses ocultos e falsidades em defesa do plano urbanístico de Brasília
O debate sobre o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) atingiu um novo ápice de tensão, com acusações severas de mentiras e interesses escusos entre as principais entidades do mercado imobiliário e críticos influentes. A manifestação pública de hoje (15) trouxe à tona não apenas divergências técnicas, mas um embate feroz que revela os bastidores de uma disputa que pode redefinir o futuro da capital.
Acusações de manipulação
Em um ataque direto no veículo Metrópoles, Luiz Estevão, figura política e empresarial, detonou a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF). Segundo Estevão, ambas as associações estariam distorcendo dados para enganar a população e defender o PPCub, afirmando falsamente que a população prevista para o Plano Piloto seria de 500 mil habitantes.
“A verdade é que esses números são uma farsa. O plano original de Lúcio Costa nunca previu meio milhão de pessoas apenas no Plano Piloto. Eles estão manipulando informações para justificar seus projetos megalomaníacos que visam apenas encher os próprios bolsos,” declarou Estevão em entrevista exclusiva.
Documentos Reveladores
A polêmica ganhou novos contornos com a divulgação de documentos históricos que reforçam a versão de Estevão. Estudos antigos do projeto “Brasília Revisitada”, de 1987, mostram que Lúcio Costa já previa a criação de novos setores, como o Sudoeste e o Noroeste, refutando a alegação de que essas áreas não eram originalmente planejadas.
“Estão tentando reescrever a história para atender interesses financeiros. Isso é inaceitável,” disparou Estevão, que também questionou a integridade das ações sociais alegadas pelas associações.
Interesse social ou ganância?
As promessas de que novas moradias atenderiam famílias de menor renda foram desmascaradas como “pura demagogia”. Críticos apontam que, se realmente houvesse interesse social, os construtores já estariam oferecendo imóveis a preços acessíveis nos terrenos que já possuem. “Isso nunca aconteceu. O que vemos são empreendimentos de luxo que excluem a maior parte da população,” criticou um urbanista que preferiu não se identificar.
Impacto ambiental em jogo
Além da questão social, o impacto ambiental do PPCub é uma das maiores preocupações. O aumento da densidade populacional, aliado ao alargamento de vias e à construção de novos estacionamentos, ameaça reduzir drasticamente as áreas verdes, que são essenciais para a qualidade de vida em Brasília.
“Se seguirmos essa lógica, deveríamos transformar Paris e Roma em selvas de concreto. Brasília não pode perder sua essência e se tornar apenas mais uma metrópole caótica,” afirmou Estevão, em uma analogia provocativa que reflete a gravidade do debate.
Próximos passos
Com o debate fervendo e as acusações de manipulação ganhando força, espera-se que novas revelações e talvez até ações judiciais surjam nos próximos dias. A Câmara Legislativa do Distrito Federal já anunciou uma audiência pública emergencial para discutir o futuro do PPCub e ouvir todas as partes envolvidas.
“É hora de separar os fatos das ficções e garantir que o desenvolvimento de Brasília seja conduzido com transparência e responsabilidade,” concluiu Estevão.
O futuro de Brasília está em jogo, e a população acompanha de perto essa batalha, que promete ainda muitos capítulos eletrizantes.
S&DS tentou contato telefônico com representantes da Ademi-DF e do Sinduscon-DF para obter suas respostas às acusações, mas até o fechamento desta edição, não conseguiu. O espaço permanece aberto.