Uma ocorrência no JK Shopping, em Taguatinga Norte, terminou em confusão e registro policial após a mãe de uma criança autista ter sido negada um desconto para o parque de diversões. O caso, registrado sob o número 222/2024-0 pela Polícia Civil do Distrito Federal, envolve alegações de discriminação e má conduta por parte de funcionários do parque Magic Games.
Relato da Comunicante
Márcia Rejane Lima Ribeiro, mãe do garoto Daniel Ribeiro Duailibe Barros, de 9 anos, portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA) com suporte 3, relatou que, por volta das 15h30, estava acompanhada de Daniel e da sua nora, Twanny Inácio Viana, no JK Shopping. Daniel manifestou interesse em brincar no parque Magic Games, localizado dentro do shopping.
Ao chegar ao parque, Márcia perguntou a uma vendedora, identificada como Desconhecida A, sobre a possibilidade de um desconto no valor do ingresso. A vendedora solicitou um laudo médico ou carteira de identificação de autista para conceder o desconto, o que Márcia não possuía no momento. Apesar de enfatizar que a deficiência de Daniel era visível, a vendedora manteve a exigência, afirmando que era uma norma da empresa.
Alegação de Discriminação
Enquanto aguardava no guichê, Márcia ouviu outra funcionária, Desconhecida B, dizer que o desconto não seria concedido. Ela percebeu que ambas as funcionárias começaram a rir, o que a levou a interpelá-las sobre o motivo do riso. A resposta foi que estavam rindo de outra coisa. Contudo, a situação piorou quando a chefe da vendedora, Desconhecida B, afirmou em tom de deboche: “Agora todo mundo é autista”.
Indignada, Márcia informou que chamaria a polícia militar, considerando a conduta como um crime de discriminação. A funcionária chefe, então, levantou-se e afirmou que iria resolver a situação. Em seguida, fez uma ligação, mudando sua expressão facial de sorriso para seriedade.
Testemunho de Twanny Inácio Viana
Twanny Inácio Viana, nora de Márcia e cunhada de Daniel, corroborou o relato de Márcia. Twanny confirmou que estavam no JK Shopping para levar Daniel ao Magic Games. Ela detalhou a interação entre Márcia e as funcionárias, incluindo o pedido de Márcia para obter o nome da atendente de óculos, que foi recusado.
Twanny também ouviu a declaração discriminatória da funcionária chefe e confirmou que foi dita em tom de riso e deboche. Após a ameaça de chamar a polícia, Daniel ficou extremamente nervoso, chegando a morder Twanny. Todos, então, se dirigiram à delegacia para registrar a ocorrência.
Desdobramentos
O incidente destaca a importância de um atendimento inclusivo e sensível a pessoas com deficiências. A Polícia Civil do Distrito Federal afirmou ao portal S&DS que continuará a investigação para apurar as responsabilidades e assegurar que medidas apropriadas sejam tomadas.
Arena Magic Games PARQUES E GAMES
O portal S&DS fez contato com a Arena Magic Games nos dias 3 e 4 de julho, solicitando a versão deles sobre o ocorrido. A empresa se comprometeu a fornecer uma resposta no dia 5, mas, passados cinco dias, preferiu manter-se em silêncio.