A crescente popularidade dos veículos elétricos e híbridos está levando a uma competição acirrada entre os fabricantes, tanto globalmente quanto no Brasil. No entanto, por trás dessa febre, um debate intenso sobre a segurança desses veículos está sendo mantido em segredo, longe do conhecimento público, enquanto as vendas continuam a aumentar.
O confronto começou após o Corpo de Bombeiros de São Paulo solicitando propostas relacionadas ao carregamento de carros elétricos, estabelecendo regras de segurança visando prevenir incêndios em veículos com essa tecnologia.
As recomendações dos Bombeiros Militares de São Paulo para as diretrizes de carregamento de veículos elétricos também abrangem a instalação de ventiladores para a renovação do ar em estacionamentos fechados com pontos de recarga. Além disso, propõem a implementação de sensores de calor para detecção precoce de incêndios, sistemas de chuveiros automáticos para supressão de incêndios, construção de paredes corta-fogo para separar as baias entre outros.
Entretanto, no Distrito Federal, o Corpo de Bombeiros, desde 2019, já trabalha com Procedimentos Operacionais Padrão (POP), normatizando os procedimentos a serem executados em acidentes envolvendo veículos elétricos e híbridos de porte leve.
O procedimento adotado no DF traz ainda mais preocupação para proprietários de veículos elétricos híbridos. Segundo o procedimento, o bombeiro militar que atender veículos elétricos e híbridos precisará de uma luva quedeverá desconectar a bateria de 12 volts e aguardar 10 minutos antes de agir, até que o sistema de alta tensão seja desarmado, minutos que podem ser cruciais para salvar uma vida. Em alguns casos os militares serão obrigados a usar luvas que suportam no minimo 1.000 volts. Além que o fogo pode ter reiginição em ate 22 horas após a sua extinção.
O maior problema é a falta de padronização entre as fabricantes, que adotam padrões mínimos comuns para reconhecimento dos veículos. Isso é ainda mais preocupante considerando os veículos convertidos em elétricos e híbridos por seus proprietários, totalmente desconhecidos pelos bombeiros.
O debate sobre como enfrentar esses problemas está apenas começando, enquanto as pessoas permanecem desinformadas sobre o perigo oculto por trás dos veículos elétricos e híbridos.