O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja invadir o Centro Administrativo do Distrito Federal – Centrad. Não se sabe a motivação por trás da invasão, mas a S&DS confirmou que o MST sempre ocupa prédios na sede do órgão quando reivindica algo.
A reunião que discutiu a invasão do Centrad ocorreu ontem (29) em Brazlândia e contou também com a presença de um grupo de Planaltina, totalizando cerca de cem (100) pessoas do MST do Distrito Federal e Entorno.
S&DS fez contato com uma liderança do movimento da Frente de Massas, que pediu para não ser identificada, e a mesma afirmou desconhecer qualquer ação do MST neste sentido de invasão do Centrad e desautoriza terceiros que usa o nome do movimento.
O Centrad
O Centrad foi construído para ser a sede do Governo do Distrito Federal, porém nunca foi ocupado. Construído por um consórcio composto pelas empreiteiras Via Engenharia e Odebrecht, o Centrad possui um passivo de R$ 1,5 bilhão a receber do Executivo local. O contrato para sua construção foi assinado em 2009, com o objetivo de reunir no local 15 mil servidores do governo e diminuir gastos com aluguéis de prédios. O acordo foi feito por Parceria Público-Privada (PPP), tinha valor previsto de R$ 6 bilhões e duração de 22 anos.
O X da questão segundo Filippelli
Em entrevista passada ao portal S&DS, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) revelou detalhes sobre um possível esquema milionário de aluguéis e empresas terceirizadas – vigilância e consevação – que têm dificultado a ocupação do Centrad.
Além de erguer o prédio, o consórcio seria responsável por serviços como manutenção, segurança e limpeza do espaço, recebendo R$ 17 milhões mensais à época. Segundo Filippelli, os interesses ligados a terceirizações de serviços e locações de imóveis têm impedido o avanço do projeto. O habite-se, documento obrigatório para ocupação de prédios, foi concedido à obra de forma irregular e anulado pela justiça, vetando a ocupação.
Atualmente, o Centrad, com uma área de 182 mil m² e 16 edifícios, permanece sem uso. A gestão atual anulou o contrato com o consórcio construtor, com custo estimado em R$ 1 bilhão, e retomou a posse do imóvel ainda no final de 2022, sob a administração do governo de Ibaneis Rocha.