Quando a prostituição virou produção de conteúdo adulto

Mari Reis — Foto: arquivo Instagram

A decisão de Mari Reis, uma ex-atleta e modelo fitness de Varginha (MG), de abandonar sua carreira esportiva e de modelo para se dedicar à produção de conteúdo adulto gerou polêmica e levantou questões sobre os limites da dignidade no trabalho.

Em uma entrevista exclusiva ao G1, Mari compartilhou os motivos que a levaram a fazer essa mudança drástica em sua vida profissional. Ela argumenta que, ao perceber uma queda nos trabalhos como modelo fitness e consequentemente uma diminuição no aspecto financeiro, começou a considerar outras oportunidades que pudessem garantir um retorno financeiro estável.

Mari Reis

O que mais chama a atenção em suas declarações é a maneira como ela descreveu a transição para a produção de conteúdo adulto como uma escolha natural e lucrativa. Mari menciona que já possuía um público interessado em seu corpo e que a mudança para conteúdo mais sensual foi motivada principalmente pelo retorno financeiro.

O padre Domínico Ferraz falou sobre o assunto com o portal S&DS e compartilhou sua perspectiva sobre – ”prostituição virar produção de conteúdo adulto” – nos desafios morais enfrentados nos tempos contemporâneos, os quais, segundo ele, contradizem os “caminhos que levam o homem/mulher à salvação”.

Ele enfatizou que, ”de acordo com as Escrituras Sagradas, a prostituição é claramente condenada como uma prática imoral e contrária aos princípios divinos. Cada vez mais, vemos uma sociedade que se afasta desses valores, optando por caminhos que levam à impureza espiritual e à alienação de Deus. O livro de Levítico adverte contra a profanação das filhas, destacando a importância da pureza e da santidade. Paulo, em suas epístolas aos coríntios e tessalonicenses, exorta os fiéis a fugir da imoralidade sexual, lembrando que aquele que peca sexualmente peca contra seu próprio corpo e contra a vontade de Deus para a santificação de suas vidas. Os provérbios alertam sobre os perigos da sedução e da luxúria, descrevendo os trágicos resultados daqueles que seguem o caminho da prostituição.

Provérbios 5:3-5 (NVI): “Pois os lábios da mulher imoral destilam mel, sua voz é mais suave que o óleo; mas no fim ela é amarga como fel, afiada como uma espada de dois gumes. Seus pés descem para a morte; os seus passos conduzem-na para as profundezas do Sheol,” finalizou Ferraz.

Portanto, em meio a uma cultura que glorifica a promiscuidade e o prazer imediato, é crucial para os fiéis permanecerem firmes em sua fé e se absterem da imoralidade, seguindo os ensinamentos e os caminhos divinos que conduzem à verdadeira salvação e redenção”.

Entretanto, essa transformação levanta questões éticas e morais. Ao optar por esse caminho, Mari está contribuindo para a objetificação do corpo feminino e perpetuando estereótipos prejudiciais sobre a sexualidade das mulheres. Sua afirmação de que o conteúdo adulto oferece um retorno financeiro garantido pode sugerir uma visão mercantilista e superficial sobre o próprio corpo e sexualidade.

Além disso, Mari parece minimizar os possíveis impactos negativos dessa escolha, afirmando que sempre teve o apoio da família e que lida naturalmente com a exposição e julgamento público. No entanto, é importante considerar o impacto psicológico e emocional que essa decisão pode ter, tanto para ela quanto para aqueles que a cercam.

Em última análise, a história de Mari Reis destaca as complexidades do trabalho na era digital e levanta questões importantes sobre dignidade, autenticidade e os limites éticos do que é considerado trabalho digno.