Anderson Torres: demissão a bem do serviço público é "iminente", diz ministro do STF
Anderson Torres e Jair Bolsonaro (PL).

Rumores circulam sobre a possível demissão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e atual delegado da Polícia Federal, ”a bem do serviço público”. A informação teria sido dita em uma conversa no restaurante do hotel Naoum, em Brasília, no almoço de ontem (10).

A fala foi ouvida por um garçom que atendia à mesa de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que não terá o seu nome identificado. A conversa teria acontecido em tom claro e audível.

STF – Pet 12.100/DF, autuada por prevenção ao Inq. 4.784/DF (Pet 10405/DF)

Em seguida, a palavra é passada ao então Ministro da Justiça, ANDERSON TORRES. O Ministro reitera a narrativa do Presidente JAIR BOLSONARO, ressaltando a necessidade dos presentes em propagar as informações falsas quanto a fraudes e vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação. Além disso, ANDERSON TORRES reforça o temor do que poderia acontecer caso o “PT” ganhasse as eleições, reiterando o exemplo da Bolívia. De forma enfática diz: “( … ) E o exemplo da Bolívia é o grande exemplo pra todos nós. Senhores, todos vão se foder! Eu quero deixar bem claro isso. Porque se … eu não tô dizendo que … eu quero que cada um pense no que pode fazer previamente porque todos vão se foder”

Contexto:

  • Anderson Torres está sob investigação no âmbito do inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
  • Ele foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia seguinte aos ataques.
  • Torres também é alvo de um pedido de prisão preventiva feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Possíveis Motivos para Demissão:

  • Conivência com os atos golpistas: Há indícios de que Torres teria agido com omissão e negligência no dia dos ataques.
  • Risco à ordem pública: A PGR argumenta que Torres representa um risco à ordem pública e à investigação dos atos golpistas.
  • Incompatibilidade com o cargo: A função de delegado da PF exige postura imparcial e compromisso com a lei, o que estaria comprometido no caso de Torres.

A decisão final sobre a demissão de Anderson Torres cabe à Comissão de Disciplina da Polícia Federal.

A comissão deve analisar as provas e argumentos apresentados antes de tomar uma decisão que pode ser motiva pelo STF no caso de uma condenação criminal de Torres.

“Como se trata de situação excepcional que envolve o 08/01 – Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito – o processo pode seguir com mais urgência e não deve ser demorado”, afirmou o doutor e professor em direito da UnB, Alexandre Costa ao S&DS. 

Este é um caso em desenvolvimento e novas informações podem surgir a qualquer momento.