Em uma entrevista exclusiva concedida hoje, a governadora em exercício Celina Leão (PP) abordou questões críticas relacionadas à desigualdade de gênero e ao feminicídio, usando um recente incidente como ponto de partida. O contexto foi um ataque público durante uma confusão em um bar, na região de Vicente Pires, na madrugada desta quarta-feira (27) perpetrado pelo policial civil Rodrigo Rodrigues Dias que agredia uma mulher, o qual foi confrontado pela corajosa delegada Karen Langkammer evidenciando a urgência de abordar questões profundas na sociedade.
A governadora destacou que a sociedade ainda carrega valores machistas, patrimonialistas e patriarcais, enfatizando a importância de iniciar a discussão sobre igualdade de gênero desde a infância, dentro das escolas. Segundo ela, a mudança cultural é essencial para alterar a mentalidade e a percepção do outro.
“Meu filho, meu marido, assim como minha filha, participam das tarefas domésticas, incluindo a lavagem de louças. Acreditamos firmemente na importância da igualdade de gênero e na partilha equitativa de responsabilidades em casa. Essa abordagem não apenas promove um ambiente harmonioso, mas também reforça valores de cooperação e respeito mútuo.”
O ponto mais impactante da entrevista foi a afirmação enfática da governadora: “O que vai trazer o Brasil igualdade de gênero é a educação. O resto é mudar a cultura. Cultura da violência, cultura da coisificação, a cultura de que nós somos propriedade de autoridade. É só isso.”
Nessa declaração, a governadora resumiu a essência de seu posicionamento, sublinhando que a transformação real acontecerá quando a educação se tornar a base para eliminar estereótipos, promover igualdade e desafiar comportamentos arraigados na sociedade. Essa visão fundamentada na educação como agente transformador reflete o compromisso do governo em superar desafios persistentes, buscando construir um futuro mais justo e igualitário para todos.
A entrevista também abordou avanços legislativos, como a inclusão da possibilidade de compartilhamento da licença maternidade entre homens e mulheres, além da flexibilização desse direito. A governadora expressou preocupação com o aumento do feminicídio e anunciou uma pesquisa encomendada pelo governo para compreender as motivações desses crimes de gênero, destacando que a educação é a chave para uma mudança cultural efetiva.
Em suma, a entrevista destaca a importância de enfrentar esses desafios de frente, promovendo um diálogo aberto e ações concretas para construir uma sociedade mais justa e igualitária.