STF: entre “Terrivelmente Evangélico” e “Terrivelmente Comunista”

STF: Entre "Terrivelmente Evangélico" e "Terrivelmente Comunista"
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido um tema de grande relevância e polêmica na esfera política brasileira.

Ivan Rocha

Em 10 de julho de 2019, durante um culto evangélico na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro afirmou seu compromisso de nomear um ministro “terrivelmente evangélico” para a mais alta corte do país. Esse compromisso se concretizou com a indicação de André Mendonça, cujo nome foi aprovado pelo Senado em 1º de dezembro de 2021, por uma votação de 47 a favor e 32 contrários.

“O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Esse espírito deve estar presente em todos os Poderes. Por isso, meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal; um deles será terrivelmente evangélico”, afirmou Bolsonaro na ocasião.

Na quarta-feira (13), o Senado aprovou, em votação secreta, a indicação do senador licenciado e atual ministro da Justiça, Flávio Dino, para ocupar uma vaga no STF. Essa indicação partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A votação resultou em 47 votos a favor, 31 contrários e 2 abstenções. O próximo passo é a posse do indicado, que ocupará a vaga deixada pela aposentadoria de Rosa Weber.

“Vocês não sabem como eu estou feliz hoje. Pela primeira vez na história desse país, nós conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista, um companheiro da qualidade do Flávio Dino”, completou Lula.

Essas indicações refletem as diferentes visões políticas e ideológicas presentes na escolha dos ministros do STF, evidenciando a polarização no cenário jurídico brasileiro também.