Líder quilombola Doka é assassinado ‘por bolsonaristas’ afirma comunidade
Maranhão — No trágico acontecimento da última sexta-feira (27), o líder quilombola José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos, conhecido como Doka, foi brutalmente assassinado por dois atiradores em frente à sua casa. Doka residia no povoado Jaibara dos Rodrigues, situado no Território Quilombola Monge Belo, em Itaipuaçu-Mirim, Maranhão. Essa comunidade aguarda há quase duas décadas a titulação de suas terras.
De acordo com informações obtidas pelo repórter Alberto Júnior, do portal S&DS, junto à comunidade local, Doka vinha sofrendo ameaças por parte de fazendeiros alinhados com o ex-governo de Bolsonaro na região. Uma moradora e amiga de José Alberto, que optou por não se identificar, relatou: “Ele havia recebido mensagens ameaçadoras de indivíduos que faziam campanha para Bolsonaro nesta área. No entanto, foi covardemente surpreendido pelos assassinos contratados para executá-lo.”
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Maranhão (CEDDH/MA) expressou sua indignação diante desse crime e exige uma investigação completa e imparcial por parte das autoridades de segurança pública estadual. Em nota divulgada neste domingo (29), o conselho também protestou contra a lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na questão da titulação desse território.
É alarmante notar que, entre os anos de 2005 e 2023, o Maranhão registrou o assassinato de 50 quilombolas, destacando a urgente necessidade de ações efetivas para garantir a segurança e a justiça para essas comunidades historicamente marginalizadas.