Russos Condenam Residentes de Mariupol à Morte por Falta de Acesso à Insulina

Em uma decisão controversa, autoridades em Mariupol interrompem o fornecimento de insulina para diabéticos que não têm cidadania russa.

Tetiana Dolganova

Mariupol, 6 de setembro de 2023 – Uma crise de saúde pública está se agravando em Mariupol, onde, de acordo com fontes locais, a distribuição de insulina foi interrompida para pacientes com diabetes que não aceitaram a cidadania russa. A situação tem impacto direto sobre as dezenas de milhares de residentes ucranianos que vivem na cidade sem passaporte russo.

Um Passado de Desafios Médicos

Essa não é a primeira vez que Mariupol enfrenta um problema semelhante. No ano passado, mais de mil moradores já haviam enfrentado dificuldades para tratar seu diabetes devido à falta de insulina. A situação atual eleva o nível de perigo, com riscos que vão além do controle glicêmico inadequado.

Complicações e Amputações Aumentam

A falta de insulina está forçando médicos a realizar procedimentos extremos para salvar vidas. Petr Andryushchenko, conselheiro do prefeito de Mariupol, afirma que a escassez do medicamento já está causando complicações graves, como a gangrena. “De três a cinco amputações estão sendo realizadas diariamente devido a complicações”, diz Andryushchenko.

Cidadania como Moeda de Troca?

O que chama a atenção é a decisão das autoridades locais de vincular o acesso a tratamentos médicos vitais, como a insulina, à cidadania. Essa medida adiciona uma camada de complexidade ética e humanitária a um conflito já complicado, utilizando a saúde da população como ferramenta de negociação política.

Consequências Humanitárias

O impacto humano dessa política é imensurável, não só causando sofrimento a indivíduos que já estão em uma situação precária, mas também instigando tensões comunitárias e internacionais. A medida pode ser vista como uma violação dos direitos humanos, pois coloca em risco a vida de residentes baseado em seu status de cidadania.

O Futuro Incerto

Não está claro como essa crise de saúde pública vai se desdobrar, mas os residentes de Mariupol estão atualmente enfrentando uma condenação à morte lenta e dolorosa caso não obtenham acesso ao tratamento de que necessitam urgentemente.

Com a situação evoluindo rapidamente, a comunidade internacional tem o olhar voltado para Mariupol e para as autoridades responsáveis, aguardando medidas que priorizem a saúde e a dignidade humana sobre a política.

Por Tetiana Dolganova,Ucrânia, correspondente ucraniana no Brasil – S&DS