Ela é conhecida de alguns bares do Núcleo Bandeirante e Riacho Fundo, ou melhor, era conhecida, pois resolveu se mudar para a Asa Norte, na cidade de Brasília.
A chamaremos de A.L, acordo estabelecido antes da entrevista com o portal S&DS, feito em 19/07, onde também foi firmado um acordo de confidencialidade em quaisquer situações, sejam elas desfavoráveis ou favoráveis para ela.
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S&DS: Por que resolveu nos procurar para expor essa situação?
A.L: Veja bem, conheço o trabalho de uma pessoa importante do portal que é profissional de saúde e que me ajudou muito quando descobri a doença.
S&DS: Há quanto tempo você está doente, infectada com o HIV, e como descobriu?
A.L: Descobri há um ano e meio, quando fui fazer voluntariamente uma doação de sangue para uma amiga da academia do Riacho Fundo.
S&DS: Qual foi sua reação ao saber que estava HIV positiva?
A.L: Senti ódio de mim mesma por acreditar nos homens com quem me relacionei.
S&DS: Você saberia identificar, sem revelar o nome, caso não queira, quem foi que te passou o vírus?
A.L: Tenho dúvidas, não posso afirmar categoricamente, mas tive relacionamentos com homens da feira do Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo e bares dessas cidades, onde sempre foi meu ciclo de amizade.
S&DS: Não é leviano dizer que foi ou foram os homens que te passaram o vírus, podendo ter sido você a passá-lo para eles?
A.L: Entendo claramente sua pergunta, mas a resposta é não! Não transmiti a doença para ninguém! Sempre fiz meus exames ginecológicos preventivos, de sangue e fezes. Nada constatou que eu tinha essa doença maldita!
S&DS: Por que resolveu transmitir o vírus, visto que você tinha um comportamento de alto risco para a doença, relacionando-se com diversos homens sem prevenção?
A.L: Não venha me dizer que tive comportamento de risco! Todo mundo faz sexo, não é? No período em que fui contaminada – entre um ano e um ano e meio -, namorei seis homens de certa forma. Não agi com promiscuidade.
S&DS: Qual a motivação em transmitir o vírus para quem não teve nada a ver com sua vivência sexual?
A.L: Não saí transmitindo o vírus para quem não teve nada a ver! Refiz todo o caminho, com as pessoas com quem me relacionei nesse período. Devolvi a sentença a quem me passou o vírus.
S&DS: Então todos tinham o vírus?
A.L: Não me interessa saber. Esses filhos da p*** saem pegando qualquer uma que aparecer nos botecos, depois dizem para você que querem um relacionamento sério, e nós, bobas apaixonadas, caímos na conversa.
S&DS: Qual é a sua perspectiva daqui para frente?
A.L: Além dos remédios para me manter viva, pretendo voltar para minha cidade (mantido o sigilo) até o fim do ano.
*O portal S&DS reforça seu compromisso com a ética jornalística e com a privacidade da envolvida nesta entrevista. Conforme acordado previamente com a entrevistada A.L, informamos que os comentários referentes a esta matéria serão desabilitados, preservando assim a integridade e a confidencialidade dos participantes e evitando possíveis discussões prejudiciais. Agradecemos a compreensão de nossos leitores e reiteramos nossa responsabilidade em fornecer informações relevantes de maneira ética e sensata.