Anderson Torres: demissão a bem do serviço público é "iminente", diz ministro do STF
Anderson Torres e Jair Bolsonaro (PL).

Opinião

Alexandre de Moraes pavimenta o julgamento de Bolsonaro e Anderson Torres 'autores intelectuais dos atentados'
Anderson Torres e Jair Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, manteve a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, investigado por responsabilidade nos delitos ocorridos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.

Com este gesto e aceitação da denúncia contra os 100 primeiros acusados pelos ataques terroristas do 8 de janeiro, Moraes sinaliza qual será sua postura nos casos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Anderson Torres, ‘apontados como mentores intelectuais’ dos atentados contra a democracia, por maioria da oposição.

Bolsonaro como autor intelectual dos atentados em função dos repetidos ataques que fez às instituições democráticas desde sua ascensão como chefe de Estado e Torres por autoria de transcrever um minuta de documento para tentar alterar o resultado da eleição encontrada em um armário em sua residência. A minuta estava com a data em branco, mas com o nome de Jair Bolsonaro.

Alguns ministro do STF têm apontado reservadamente, a relação entre as provas reunidas contra os autores intelectuais dos atentados com as coletadas nos inquéritos das fake news e das milícias digitais que colocam os dois citados no epicentro do 8 de janeiro.

Bolsonaro tem agendado depoimento à Polícia Federal na quarta-feira (26) no âmbito do inquérito que apura a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Ele é alvo de uma das quatro investigações já abertas pela PF – que busca identificar os autores intelectuais dos atentados.

Em seu voto, Moraes apontou à relação entre as provas reunidas sobre os autores intelectuais dos ataques com as coletadas nos últimos anos em duas investigações relatadas por ele: ”os inquéritos das fake news e das milícias digitais”. Ele chegou a citar que as investigações miram até parentes de Bolsonaro, seus filhos Eduardo e Flávio e correligionários: Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP) e Otoni de Paula (MDB-RJ), conforme o jornal Folha de S. Paulo.

Gradativamente, Alexandre de Moraes vem demonstrando que seu entendimento é que – Jair Bolsonaro e Anderson Torres – são os autores centrais e intelectuais dos atentados contra a democracia, mas através de ações homeopáticas, depois de julgar e condenar os arruaceiros de 8 de janeiro, chegará aos autores.