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A Desistência dos Profissionais de Enfermagem: Causas e Soluções para um Problema Grave na Saúde Pública
Enfermeiros estão deixando a profissão. Foto: by Shutterstock

A enfermagem é uma ótima carreira, mas em comparação com outras profissões não tem valido a pena, atualmente.

A profissão de enfermagem é uma das mais importantes e essenciais para a saúde pública. Os profissionais dessa área têm um papel fundamental no cuidado aos pacientes e são responsáveis por prestar assistência de qualidade, conforto e segurança aos mesmos. No entanto, a desistência desses profissionais tem sido um problema crescente em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento, onde a fuga de cérebros é uma realidade.

No Brasil, a situação não é diferente. A diminuição da remuneração da enfermagem durante a pandemia e a falta de perspectiva de melhorias nesse aspecto tem levado muitos profissionais a abandonarem a profissão. A aprovação de um piso salarial nacional não é suficiente para resolver esse problema, uma vez que o salário mínimo não reflete a realidade social e econômica desses profissionais.

Além disso, a formação desordenada e a proliferação de cursos de baixa qualidade têm levado a um excesso de profissionais no mercado de trabalho, o que pode prejudicar a qualidade dos serviços prestados e a distribuição desses profissionais de forma desigual pelo território nacional. Atualmente, há cerca de 2,5 milhões de profissionais de enfermagem registrados no Brasil, entre auxiliares, técnicos, enfermeiros e obstetrizes, distribuídos pelos 26 estados e pelo Distrito Federal.

O relatório “Recuperar para Reconstruir” cita mais de uma centena de estudos, que mostram de 40% a 80% dos profissionais com queixas de sintomas de desgaste psicológico, uma grande taxa de trabalhadores com intenção de deixar a profissão com aumentos de 20% ou mais e média de rotatividade hospitalar anual chegando ou superando os 10%.

A regulamentação da jornada de trabalho e a criação de um piso salarial nacional são fatores importantes que precisam ser associados à aposentadoria aos 25 anos de exercício profissional para minimizar o futuro sombrio da fuga da enfermagem. É fundamental que o Estado reconheça a importância desses profissionais para a saúde pública e tome medidas concretas para garantir melhores condições de trabalho e remuneração adequada.

Além disso, é necessário que haja um planejamento mais estratégico para a formação de novos profissionais de enfermagem, de forma que a qualidade do ensino seja garantida e a oferta de profissionais seja adequada às demandas da saúde coletiva. É preciso incentivar a qualificação e o aperfeiçoamento desses profissionais, de forma que eles possam atender às necessidades dos pacientes e do sistema de saúde como um todo.

Em resumo, a desistência dos profissionais de enfermagem é um problema sério que afeta a saúde pública em todo o mundo. No Brasil, é necessário que haja medidas concretas para melhorar as condições de trabalho e remuneração desses profissionais, além de uma formação mais estratégica e qualificada. Somente assim será possível garantir a oferta de serviços de qualidade e o cuidado adequado aos pacientes.