CLDF aprova incorporação de gratificações ao salário dos professores. Toninho Tavares/Agência Brasília.
Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGES)
Foto: Renan Lisboa/CLDF

Juracy Cavalcante Lacerda Júnior tem 38 anos e é médico de formação com pós-graduação em gestão hospitalar e operacional

O médico Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para presidir o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGES), foi ouvido na tarde de hoje (10) pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa. Durante a sabatina, que durou mais de quatro horas, o indicado respondeu perguntas dos deputados integrantes da comissão e de outros parlamentares que acompanharam a reunião. Ao final da sabatina, seu nome foi aprovado por unanimidade. A indicação ainda precisa ser votada pelos deputados distritais em plenário.

Em suas respostas aos parlamentares, Juracy admitiu que o IGES comete falhas que precisam ser solucionadas. Entre os problemas atuais apontados, estão a falta de uma comunicação efetiva com os pacientes, o desperdício de recursos públicos, os erros de medicação e a incompatibilidade entre os sistemas do instituto e da Secretaria de Saúde. 

O indicado ao cargo de diretor-presidente do IGES também informou à comissão que o instituto tem atualmente uma dívida de R$ 100,3 milhões, sendo que R$ 43,1 milhões são relativos a dívidas questionadas na Justiça e o restante seria composto, em sua maior parte, por impostos devidos. Questionado sobre o problema das filas para cirurgias, Juracy atribuiu a longa espera dos pacientes aos efeitos da pandemia de Covid-19 no sistema. Para ele, uma saída para o problema é a parceria com hospitais privados. 

Presidente da CESC, o deputado Gabriel Magno (PT) mostrou-se pouco otimista com a nova gestão do IGES. “O senhor Juracy é o sétimo indicado em quatro anos, o que reforça a tese de que o modelo tem problema. Quero estar equivocado, mas tenho certeza que ainda ouviremos aqui o oitavo indicado. Isso porque o problema está no modelo do IGES”, afirmou.

O distrital disse ainda que o IGES ainda não cumpriu seu objetivo, que é facilitar a gestão da saúde. “Em 2019, argumentaram que esse modelo traria maior facilidade para contratação de profissionais, para aquisição de insumos e medicamentos e para fazer obras de reforma. Mas não é isso que vemos nas UPAs e nos hospitais”, apontou. 

Dayse Amarílio (PSB), vice-presidente da CESC, reclamou da falta de diálogo entre o IGES e a Secretaria de Saúde. “Não vejo uma solução rápida para interligar os sistemas. Precisamos que o instituto e a secretaria se comuniquem. Não adianta criar um modelo de gestão no IGES se a secretaria não vai acompanhar”, observou. 
 

Dayse Amarílio (PSB),  Jorge Vianna (PSD) e Gabriel Magno (PT).

​​​​​O deputado Thiago Manzoni (PL) desejou sucesso ao indicado e pediu mais atenção para a fila de cirurgias eletivas, que já contabiliza 32 mil pessoas na lista de espera. Ricardo Vale (PT) reclamou das condições do Hospital de Base, gerido pelo IGES. “Estive no Hospital de Base e saí de lá deprimido com o que eu vi. O refeitório estava com vazamento caindo em cima da comida. Os banheiros sem condições de uso. Saí de lá muito decepcionado. Espero que o indicado mantenha interlocução com esta Casa”, disse.  

Para Jorge Vianna (PSD), o indicado dificilmente conseguirá resolver todos os problemas do IGES. “É melhor ele chegar já sabendo que não vai resolver tudo. Este é o sétimo gestor que passa por sabatina nesta Casa”, lembrou. O deputado também aconselhou o indicado a buscar sempre mais recursos para o IGES. 

Juracy Cavalcante Lacerda Júnior tem 38 anos e é médico de formação com pós-graduação em gestão hospitalar e operacional. Atualmente é diretor de Atenção à Saúde (Diase) do IGES. O instituto é responsável por administrar o Hospital de Base, o Hospital Regional de Santa Maria e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF. 

Eder Wen – Agência CLDF