Um relatório produzido pelos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), em 2021, desvendou que no governo Bolsonaro, a participação de militares em cargos até então ocupados por civis cresceu exponencialmente. Segundo o relatório, 6.175 membros das Forças Armadas estavam nos postos até 2020.
O ministro da corte Bruno Dantas, do qual partiu a solicitação da auditoria (relatório), chegou a chamar de uma “possível militarização excessiva do serviço público civil”. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, engrossou o coro criticado a “militarização” do governo federal.
Em junho de 2021, um decreto do presidente Bolsonaro permitiu que militares da ativa ocupem cargos por tempo indeterminado, alterando a regra de 2017 sobre funções consideradas de natureza militar. Antes da edição do decreto, havia limitações de dois anos.
O presidente eleito Lula (PT) tem se posicionado contrário à presença ”exacerbada” de militares no governo federal. Chegou a dizer na campanha que, se eleito fosse, iria remover as Forças Armadas da participação dos cargos públicos civis.
“Vamos começar o governo sabendo que temos que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar”, reforçou Lula citando erroneamente o número de militares no governo.
A equipe de Lula já se prepara para substituir 92 cargos de chefia nas empresas públicas e de capital misto que estão no poder dos militares. Nada de holofotes para as Forças.
Um importante membro da transição do governo Lula, já anunciado como futuro ministro, ouvido pelo portal S&DS, foi mais além em sua colocação sobre a grande participação dos militares no governo federal e polemizou.
“Saímos de um governo que representava 1964; para um governo que representará 2023 em diante”.