À época do fato, em que o ex-governador Arruda e seu vice Paulo Octávio foram presos na Polícia Federal e Polícia Civil, os jovens Juliane Sanches e Samuel Sanches eram menores de idade.
Arruda e Paulo Octávio haviam sido denunciados no maior escândalo de corrupção que ficou conhecido como (mensalão do DEM) no Distrito Federal, pelo então secretário de Relações Institucionais do governo Durval Barbosa, como beneficiários da partilha das propinas pagas por empresas que prestavam serviços ao Governo do Distrito Federal (GDF).
Hoje, doze anos após o fato, a professora Juliane com 22 e o universitário Samuel com 19 anos, afirmam votar nesta eleição no candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB), por acreditar que Brasília saiu de oito anos de um apagão de gestão para um salto de investimentos e desenvolvimento social e estrutural.
S&DS
– Juliane e Samuel como vocês avaliam esses dozes anos do Brasil e de Brasília após a manifestação de vocês em frente a sede da Polícia Federal, onde fizeram o enterro simbólico de Arruda e Paulo Octávio?
Juliane
– Não é uma avaliação fácil de ser feita, mas se olharmos apenas para o desenvolvimento da educação, saúde e econômico veremos que quase nada ou muito pouco se fez para mudanças reais no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.
Samuel
– Hoje, aos 19 anos, ando por Brasília e vejo várias obras em andamento, mais policiais nas ruas, melhoria da iluminação pública, porém ainda não estou satisfeito com o transporte público. O que me preocupa no desenvolvimento do Brasil é a falta de perspectiva para os recém formados que trabalham hoje em subempregos fora de suas áreas de formação.
S&DS
– Em quem vocês pretendem votar nesta eleição?
Juliane
– Os extremos me preocupa, ainda mais apoiado em uma visão política-religiosa em que o Estado deixa sua posição de laico para se confundir com segmentos religiosos. Por outro lado, temos a visão implantada por aqueles que vão salvar os negros, índios as minorias como um todo, mas estas minorias são usadas para apoiarem os não negros, os não indígenas…na perpetuação homogênica de uma classe (branca) com alicérceres negros. Para presidente devo votar no Lula e aqui no Distrito Federal, tenho como candidato definido Ibaneis Rocha.
Samuel
– Para governador do Distrito Federal vou voltar em Ibaneis Rocha, já para presidente penso em Ciro Gomes por ser o mais instruído e preparado nos debates que tenho visto. A polarização entre Lula e Bolsonaro tem me demonstrado uma possível aproximação e ruptura dos poderes desconstruindo a ideia da independência dos poderes.
S&DS– Qual o recado que vocês querem deixar para os jovens?
Juliane
– Não deixem de participarem da vida política do nosso país, agindo como cidadãos de fato e de direito.
Samuel
– Comecem a se interessar cedo pela política, é através deste instrumento que podemos mudar e fazer a diferença em nosso futuro.
