Nos depoimentos colhidos pela Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, testemunhas contaram que o anestesista Giovanni Quintella, posicionado na cabeça da vítima, montou uma espécie de “cabana” que impedia que a equipe o visse estuprando as vítimas.

As imagens, que foram gravadas pela equipe de enfermagem, que já desconfiava da atuação do anestesista, revelaram que o médico inseriu seu pênis na boca da paciente que encontrava-se anestesiada.

Giovanni utilizou gazes para limpar o esperma da boca da paciente e, posteriormente descartou o material na lixeira do centro cirúrgico.

No entanto, a equipe de enfermagem que acompanhou os procedimentos recolheram a gaze descartada e a entregaram à polícia.

“A mesma equipe de enfermagem, que fez um trabalho brilhante, digno de todos os elogios, também recolheu frascos de substâncias que foram ministradas à vítima, possivelmente para que o crime fosse cometido”, afirmou a delegada Bárbara Lomba.

A equipe de enfermagem estava desconfiada da quantidade de sedativo ministrado nas grávidas. As enfermeiras e técnicas disseram em depoimento que o médico já tinha participado de outras duas cirurgias em salas onde a gravação escondida era inviável.

Na terceira operação do dia, elas conseguiram, de última hora, trocar a sala, esconder o telefone e confirmar o flagrante.

Os funcionários pegaram um celular e o posicionaram em um armário com portas de vidro, mas não acompanharam o procedimento e só viram o flagrante quando pegaram o telefone — razão pela qual não puderam interromper o crime.

Quem é o médico anestesista Giovanni Bezerra que encontra-se preso

Giovanni atuou em pelo menos 10 hospitais públicos e privados, segundo o mesmo. O preso tem 32 anos. Ele se formou em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), no Sul Fluminense, e concluiu a especialização em anestesia no início de abril.