09/03/2022 17h10

O ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, voltou a fazer declarações contrárias à homossexualidade nesta quarta-feira (9), ao afirmar que não vai permitir que escolas do país ensinem “coisas erradas”, ao ressaltar questões de gênero.

Milton Ribeiro disse que não se pode incentivar que uma pessoa troque de gênero, por exemplo, e que “não tem esse negócio de ensinar você nasceu homem, pode ser mulher“.


Milton Ribeiro

Em seus cultos, uma vez que é pastor presbiteriano, tem pregado que isso é coisa do diabo.

“Nós não vamos permitir que a educação brasileira vá por um caminho de tentar ensinar coisa errada para as crianças. Coisa errada se aprende na rua. Dentro da escola, a gente aprende o que é bom, o correto, o civismo, o patriotismo”, reforçou o ministro durante evento do governo voltado à alimentação escolar.

Em setembro de 2020, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Ribeiro disse que adolescentes homossexuais têm origem em “famílias desajustadas”. Após severas críticas, ele pediu desculpas afirmando que sua fala foi ‘descontextualizada’.

“Acho que o adolescente que, muitas vezes, opta por andar no caminho do homossexualismo tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”

“Vejo menino de 12 e 13 anos optando por ser gay, mas nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato… São questões de valores e princípios”, finalizou.

A Procuradoria Geral da República denunciou o ministro pelo crime de homofobia.

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, ressaltou: “ao afirmar que adolescentes homossexuais procedem de famílias desajustadas, o denunciado – ministro da Educação – discrimina jovens por sua orientação sexual e preconceituosamente desqualifica as famílias em que foram criados, afirmando serem desajustadas, isto é, fora do campo do justo curso da ordem social”.

Em novembro de 2020, o ministro recusou firmar acordo para não ser penalizado judicialmente. A Advocacia-Geral da União (AGU) recusou a proposta do Ministério Público e pediu o arquivamento da investigação.