Relato de uma estudante E.S.Y. que estava fazendo a prova do ENEM no CEM 01 do Riacho Fundo I no domingo dia 28/11/21: “No local onde eu estava fazendo a prova, sentada perto da janela, dava para escutar os pombos, eles estavam no telhado fazendo muito barulho. Durante a prova, notei que haviam pequenos insetos subindo nos meus braços, me atrapalhando a concentração.

Tinha vezes que eu esmagava com as unhas, porque era irritante sentir eles andando na minha pele e quando esmagados, não morriam facilmente.” Ao chegar em casa, ela relatou o ocorrido para a mãe Y.T. e percebeu várias picadas, inchaços, vermelhidão e coceira intensa espalhadas pelo corpo. Preocupada com a situação, a mãe procurou a ouvidoria do GDF para denunciar e alertar os órgãos competentes sobre a infestação de piolho de pombo no local e a tomada das devidas e urgentes providências.


Pelo visto, a ocorrência da infestação de piolho de pombo não é incomum no Distrito Federal. O Caso mais recente noticiado dia 24/11/21 ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) 10 de Ceilândia, provocando o fechamento temporário do local. A Superintendência da Região de Saúde Oeste acionou a Diretoria de Vigilância Ambiental, que prontamente encaminhou uma equipe de multiatividades para realizar inspeção e executar, no dia 10/11/2021, a dedetização da UBS n° 10 de Ceilândia.

A Vigilância foi acionada para nova inspeção nesta semana e será realizada nova dedetização, após a limpeza telhado e forro. Outras ocorrências: 31/10/2019 – Infestação do ácaro e fezes das aves na Sala de esterilização de materiais cirúrgicos do HRT; 21/07/2021 – Infestação de piolho de pombo no Centro Cirúrgico Infantil, sendo interditado e cirurgias eletivas canceladas. 


Proliferação de pombos: problema para a saúde pública

Em ambientes urbanos, os pombos se proliferam rapidamente e podem ser classificados como pragas. São possíveis transmissores de diversas doenças, graves, que podem levar à morte ou deixar sequelas, como:– salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias.

A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes dos animais;– criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e nos excrementos de aves, principalmente pombos;– histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos.

A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);– ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;– meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.Eles ainda podem ser vetores de outra praga: o piolho de pombo.

Apesar de ter este nome, esse ácaro hematófago, que pode medir até 1 mm, infesta outras aves domésticas e, até mesmo, selvagens. Pode, ainda, alimentar-se de outros animais, inclusive de humanos. A espécie mais comum de piolho de pombo é a Dermanyssus gallinae e pode ser encontrada no hospedeiro apenas a noite, quando se está alimentando. A coloração deste ácaro varia de tons acizentados para vermelho após a ingestão de sangue. 

Nas aves, esses ácaros causam coceiras, anemia, danos na plumagem, redução na produção de ovos, perda de peso e até a morte. Nos humanos, a picada do inseto causa inchaço, vermelhidão e coceira intensa, muitas vezes sendo confundida com picada de pernilongo, formiga ou carrapato.

Geralmente as lesões são únicas, mas podem aparecer disseminadas por todo o corpo. Dependendo do caso, é preciso buscar a orientação específica de um dermatologista para o tratamento adequado da doença, que podem ser feitos tratamentos sintomáticos com corticoides tópicos e anti-histamínicos.Disseminação do piolho – Se um pombo pousa na janela, na sacada do apartamento, na laje do prédio ou no telhado da casa, caso esteja contaminado com o ácaro, este pode migrar da ave para o ambiente e infestar o local, estabelecendo ninhos e colônias.