Jéssica Antunes, da Agência Brasília | Edição: Fábio Góis
Desculpe o transtorno: o DF está em obras. Durante todo o ano, o Distrito Federal conviveu com esse slogan que traduz uma época de muitas realizações, a partir de eixos básicos: a retomada de trabalhos parados há muitos anos, os novos projetos que já estão se tornando realidade e as ações que visam recuperar espaços e equipamentos públicos. São obras de todo tamanho, todas importantes, algumas monumentais (confira a lista na ilustração ao final da matéria).
Mais de R$ 1,6 bilhãopara grandes obras e milhares de empregos
Está a todo vapor a construção do túnel de Taguatinga, onde 1,7 mil pessoas empregadas direta e indiretamente atuam para que a estrutura seja erguida com aço, concreto, máquinas, operários e tecnologia. Ali são aplicados R$ 275 milhões: o maior contrato da gestão. Há muito mais: neste ano o GDF investiu mais de R$ 1,6 bilhão em intervenções de mobilidade, urbanização, saneamento e melhoria da qualidade de vida da população.
“Não nos falta coragem e disposição para trabalhar. Mesmo nesse ano difícil de pandemia, o DF não parou”Ibaneis Rocha, governador do DF
“Não nos falta coragem e disposição para trabalhar. Mesmo nesse ano difícil de pandemia, o DF não parou. Concluímos e iniciamos obras importantes, para garantir empregos, movimentação na economia e que a população tenha uma vida melhor”, avalia o governador Ibaneis Rocha.
Na lista de destaques, o chefe do Executivo pontua a grandiosa obra do túnel rodoviário. “Uma obra que representa o renascer de toda a região. Serão mais de um milhão e meio de pessoas beneficiadas, sem contar que também vai promover a modernização da área central de Taguatinga, gerando emprego e renda para todo o Distrito Federal”, acrescenta.
“Terá forte impacto nos negócios e na valorização de áreas em Taguatinga e região”Luciano Carvalho, secretário de Obras, sobre o Túnel de Taguatinga
O secretário de Obras, Luciano Carvalho, lembra que a obra foi retomada em fevereiro e era “esperada há bem mais de uma década” pela população. “Vai beneficiar, além da cidade, moradores de Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol e Samambaia. Vai mudar radicalmente o trânsito na região e impactar cerca de 35 mil veículos que passam por ali diariamente”, calcula. “Além disso, terá forte impacto nos negócios e na valorização de áreas em Taguatinga e região”, completa.
A intervenção – que é feita em dois turnos para reduzir o incômodo dos comerciantes, moradores e motoristas – avança dentro do cronograma, mesmo com a chegada das chuvas. A pasta faz acompanhamento rígido das etapas para garantir entrega à altura do investimento. A partir do próximo ano, a população poderá acompanhar todos os passos da construção, ao vivo, em uma página da internet que vai conter todas as informações sobre a obra.
“É papel da empresa pública alavancar o desenvolvimento do Distrito Federal. E estamos fazendo isso”Izidio Santos, presidente da Terracap
Enquanto o túnel é construído, outras melhorias ocorrem sem parar em todas as cidades. Vicente Pires, por exemplo, foi inteiramente transformada com a execução de serviços como pavimentação asfáltica, meios-fios e, principalmente, drenagem pluvial. Ao todo, o investimento na região é de quase R$ 500 milhões. Só em galerias de águas pluviais são aplicados R$ 16,3 milhões para evitar alagamentos.
Os primeiros resultados das intervenções feitas começam a aparecer. Neste ano, a população de Vicente Pires sentiu bem menos em sua rotina a ação das fortes chuvas, típicas do final do ano no Distrito Federal. As obras no local continuam sem interrupção até a conclusão.
“A Saída Norte também merece destaque. Quando assumimos, a obra ainda não estava nem pela metade e, ainda neste ano, vamos entregar pronta”Fauzi Nacfur Júnior, diretor-geral do DER/DF
Por falar em urbanização, a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) investiu, neste governo, R$ 552 milhões em obras e benfeitorias que criaram milhares de empregos nesta época de muitas dificuldades causadas pela pandemia. “É papel da empresa pública alavancar o desenvolvimento do Distrito Federal. E estamos fazendo isso”, diz o presidente da companhia, Izidio Santos.
A Terracap retomou as obras abandonadas no Setor Habitacional Noroeste com implantação de rede de distribuição de água, ligações prediais, rede coletora de esgoto e todos os serviços necessários para consolidação do bairro. “O destaque, sem sombra de dúvidas, é a retomada da construção da W9, principal avenida no projeto urbanístico do setor, que ficou parada por anos”, aponta Izidio.
“O papel da Novacap é fundamental para manter as cidades em bom funcionamento. Mantemos a cidade limpa, organizada e em funcionamento com zeladoria diuturna e as obras de edificação e urbanização”Fernando Leite, presidente da Novacap
A empresa participou ativamente da conciliação entre os poderes públicos e as comunidades indígenas que ocupavam um trecho da área onde passará a via. Com a situação pacificada, a obra é executada de forma acelerada. Para 2021 estão previstas as construções dos viadutos para o escoamento o trânsito no local.
Outra região administrativa que recebe investimentos da Terracap é o Riacho Fundo II. Estão em andamento na região administrativa obras de infraestrutura para que novas moradias sejam construídas.
“Trabalhamos com tratamento e distribuição de água, tratamento de esgoto, mas, acima de tudo, com saúde pública”Daniel Rossiter, presidente da Caesb
Mobilidade urbana
Melhorar a mobilidade urbana também é objetivo desta gestão. Ao longo do ano, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF) investiu mais de R$ 50 milhões em obras de pavimentação pelo DF. Brazlândia, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Gama, Paranoá Parque e Vicente Pires estão entre as cidades ou bairros que receberam as melhorias asfálticas pela autarquia, que também executou a reforma do Eixão.
“A Saída Norte também merece destaque. Quando assumimos, a obra ainda não estava nem pela metade e, ainda neste ano, vamos entregar pronta”, valoriza o diretor-geral do DER/DF, Fauzi Nacfur. “A população se mostra satisfeita, principalmente porque todo o governo tem feito de obras grandes a pequenas, que têm impacto gigantesco de benefício nas comunidades”, aponta. Um exemplo é o próprio Eixão, que passou por uma reforma completa.
“Investir em iluminação pública é investir em sensação de segurança e bem-estar do brasiliense. Há um retorno muito positivo da população em relação a esses projetos”Edison Garcia, presidente da CEB
Além da atribuição de construir, manter, fiscalizar e operar rodovias, a gestão integrada do GDF leva o DER/DF a empreender missões que parecem menores, mas que ajudam a organizar melhor o trânsito, em parceria com outros órgãos. É o caso da construção de estacionamentos, por exemplo. Neste ano, a redução de fluxo de veículos em virtude da pandemia permitiu imprimir ritmo maior que o tradicional.
A Avenida dos Pioneiros do Gama está sendo transformada, assim como a Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), completamente recapeada e com paisagismo novo. As duas obras foram tocadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), assim como o investimento massivo feito em reformas e construções de calçadas por todo o DF – mais de 45 quilômetros distribuídas por Brasília e pelas regiões administrativas.
A empresa também entregou uma nova Galeria dos Estados para a população, com direito a uma praça totalmente revitalizada, e trabalha na reforma das tesourinhas do Eixo Rodoviário e nas reconstruções dos viadutos da pista sobre a N2, perto da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. “O papel da Novacap é fundamental para manter as cidades em bom funcionamento. Mantemos a cidade limpa, organizada e em funcionamento com zeladoria diuturna e as obras de edificação e urbanização”, diz o presidente da empresa, Fernando Leite.
É preciso mencionar também a requalificação dos setores de Rádio e Televisão Sul (SRTVS), do Setor Hospitalar Sul e a revitalização da W3 Sul, obras que dão nova vida e resolvem problemas históricos dos espaços inaugurados junto com Brasília.
Mais vagas para educação e saúde
Na Educação, cinco unidades do Centro de Educação da Primeira Infância (Cepi) foram inaugurados neste ano, com investimento de mais de R$ 10 milhões para ampliar as vagas de creches. Outra está em andamento, no Sol Nascente/Pôr do Sol, que recebeu a inauguração da Escola Classe Juscelino Kubitschek logo no início de 2020.
Três colégios estão em obras, demandas antigas das comunidades: a reforma da Escola Classe 01 do Porto Rico, em Santa Maria, a construção do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 01 Vila Planalto, e a reconstrução da Escola Classe (EC) 52 de Taguatinga. A Escola Técnica de Brazlândia está pronta para inauguração e outros dois projetos estão em licitação.
É preciso destacar que durante a paralisação provocada pela pandemia foram feitas reformas, de todas as dimensões, em mais de 500 escolas. E o trabalho continua com a ampliação de 90 escolas em todas as regiões administrativas a partir de módulos pré-moldados
Na Saúde, o Centro de Radioterapia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) foi inaugurado para atender, inicialmente, 25 pacientes por dia. Três unidades básicas de saúde (UBSs) também foram entregues à população, cada uma ao custo de R$ 3,2 milhões, e outras cinco estão em andamento. Sete novas unidades de pronto atendimento (UPAs) são construídas simultaneamente. Além disso foram realizadas reformas em quatro hospitais.
Água e saneamento em destaque nacional
Brasília já tem a maior cobertura nacional na oferta de água potável e esgoto, mas o trabalho para aperfeiçoar o serviço não para. A Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) investiu R$ 62 milhões na redução de perdas de água tratada, com obras de setorização de redes em sete regiões administrativa, possibilitando a criação de ramais para facilitar manutenção e redução da pressão nas redes.
Além disso, este ano, entraram em operação os novos reservatórios de água da Estação de Tratamento de Água (ETA) Brasília e de um novo sistema na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Gama.
Também foram entregues as obras de revitalização do sistema de canais de irrigação Santos Dumont e instalados dois novos reservatórios de água na região do Engenho das Lajes. “Trabalhamos com tratamento e distribuição de água, tratamento de esgoto, mas, acima de tudo, com saúde pública”, destaca o presidente da empresa, Daniel Rossiter.
O ano está terminando com a privatização do setor de distribuição da Companhia Energética de Brasília (CEB), vendida por mais R$ 2,5 bilhões, que vai possibilitar a modernização da empresa. Com uma dívida de mais de R$ 800 milhões e só vinha se acumulando com constantes atrasos no pagamento de impostos, a companhia estava sob risco de perder a concessão do serviço.
Ainda assim, enfrentando todas as dificuldades, investimentos foram feitos. A CEB lançou o Energia Legal, programa que leva iluminação para áreas que estão em processo de regularização. Pela Eficientização de Iluminação Pública, neste ano, mais de R$ 4,3 mil foram investidos na troca por luminárias de LED em 18 regiões administrativas.
A modernização da subestação de energia de Ceilândia Norte também foi concluída, com investimento foi de R$ 3,2 milhões. O presidente da CEB, Edison Garcia, enfatiza: “Investir em iluminação pública é investir em sensação de segurança e bem-estar do brasiliense. Há um retorno muito positivo da população em relação a esses projetos que estamos executando em todo o Distrito Federal”. A companhia ainda avançou a construção da nova subestação do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), que vai atender a mais de 12 mil unidades consumidoras de energia elétrica na região.