Por Ivan Rodrigues – S&DS
Brasília – 14 de Novembro de 2020
Que legitimidade eu tenho para dizer isso? A de quem militou no PCdoB, PPS e PSB por alguns bons anos de minha vida.
Tudo começou quando eu ativista comunitário voluntário, fui convidado por um grupo que observava minhas ações sociais, a participar de uma reunião política em 1992.
O discurso de igualdade, justiça e soberania de pronto me encantou. Fui convidado a prosseguir no curso – lavagem cerebral – de formação política.
Me tornei um ativista das bandeiras esquerdistas incondicional e cego de ‘marré, marré’.
Lembro-me, do episódio marcante de 1994, quando eu tinha 18 anos – eleição de Cristovam Buarque (PT-DF) – o qual trabalhamos arduamente para elegê-lo governador de Brasília.
Este episódio se deu em uma reunião no diretório regional do PT no edifício Conic, no centro da capital. A Frente Popular Brasília formada pelos partidos (PT, PSB, PPS, PCdoB, PCB, PSTU) se reuniram para discutir a composição do governo.
Em determinado momento, ouvi a cúpula partidária, mais conhecidos como: capas pretas, dizerem desta forma: “Olha, militantes são para carregarem bandeiras e engrossarem carreatas.” Isso me chamou à reflexão, mas, não me impediu meu ímpeto de acreditar por mudanças.
Os anos foram se passando, decepções maiores fui vivenciando, até que passei a observar que ao meu lado estavam irmãos e irmãs pretos que nunca eram escolhidos, nas ditas prévias eleitorais, para concorrerem aos cargos eletivos, e, quando eram, como fui, não tínhamos uma distribuição partidária justa, nem tão pouco ao tempo de TV e rádio.
Nos segregamos dentro do partido como homens e mulheres pretos / negros e buscamos tentar emplacar uma figura não hegemônica (negra / preta) como vice-governadora ou senadora.
Fomos podados com o discurso de que: “A população não estava pronta para esta visibilidade negra, agora. Era preciso construir essa visibilidade com o passar dos anos, aumentando esse grupo étnico no âmbito da formação política.”
Demorou anos, mais consegui vencer a abstinência ideológica de esquerda que nos usou e ainda usa a cor de nossas peles como bandeira. Não sou e nem serei mais massa de manobra dos saqueadores da nação.
Quando vejo esses mesmos, que até hoje, apregoam nas universidades, nos partidos de esquerdas, nas praças com seus megafones, em suas redes sociais, que Bolsonaro é racista, tenho comigo a certeza de quem são os verdadeiros racistas.
Bolsonaro não precisa levantar a bandeira dos negros / pretos, pois, somos cidadãos iguais aos brancos, conforme prescreve a CF/88, e, se não aprendemos a nos defender ainda, deixo a dica então.
Primeiramente, entenda o contexto racial que estamos inseridos e faça a presença de negras e negros vitoriosos nas urnas.