21 de Maio de 2020

Redação

Esse fato ocorreu no início do mês de maio, na sala vermelha do Hospital Delphina Aziz, na Zona Norte de Manaus, em um dia de plantão agitado e imprevisível.

As ambulâncias do SAMU começaram a chegar uma atrás da outra, com pacientes já em evolução do quadro de COVID-19, com sinais de febre, tosse e falta de ar.

A enfermeira comunica que há somente (04) respiradores disponíveis.

Começamos a atender os pacientes que foram chegando. Os pacientes, na faixa de 30 a 55 anos, semiconscientes, respirando com dificuldades, com saturação de 40%, foram rapidamente monitorizados, sedados e entubados.

Restava apenas um respirador. A ambulância do SAMU anuncia que mais um paciente está chegando; um senhor de 78 anos, diabético, hipertenso e com sinais indicativos de COVID-19 e em estado grave.

A médica M.F. decide utilizar o último respirador para atende-lo. Como médica, fez o juramento de salvar vidas. Mas, destino ou não, chega mais um paciente, um homem de 45 anos, agonizando febril, tentando respirar o ar que os pulmões não conseguem mais filtrar. A ele, apenas uma sedação para aliviar seu sofrimento e inevitável morte. O senhor de 78 anos, também veio a óbito horas depois.